TV 3.0 brasileira vai usar tecnologia de som dos criadores do MP3

Sistema do instituto alemão Fraunhofer, criador do MP3, será obrigatório nas transmissões e TVs brasileiras a partir de 2024, se cronograma estimado para a chegada da TV 3.0 se confirmar.
TV 3.0 brasileira vai usar tecnologia de som dos criadores do MP3
Crédito: divulgação

Tecnologia desenvolvida pelo instituto alemão Fraunhofer, conhecido por ter criado o MP3, será obrigatória na próxima geração de TV brasileira, a TV 3.0.

No final de dezembro, o Fórum Brasileiro do Sistema de TV Digital terminou a fase 2 de avaliação técnica do Projeto TV 3.0, que vai renovar a tecnologia utilizada para transmissão de canais abertos de TV no país a partir de 2024. E estabeleceu que o MPEG-H será o único sistema de compressão de áudio (codec) obrigatório no futuro sistema de transmissão de TV aberta.

Em julho de 2020, o Fórum Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD) emitiu a Chamada para Propostas (CpP) para um sistema de TV Digital da próxima geração chamado TV 3.0. A CpP convocou as tecnologias mais avançadas e abordou cada nível do sistema de TV da próxima geração. Para o componente de áudio, Fraunhofer IIS, Ateme, o Grupo de Especialistas em Radiodifusão Digital (DiBEG – Japão) e o Comitê de Sistemas Avançados de Televisão (ATSC – EUA), propuseram o áudio MPEG-H, o mais avançado codec de próxima geração de áudio (NGA).

A fase de avaliação técnica foi conduzida por um laboratório de testes independente indicado pelo Fórum SBTVD e financiado pelo Ministério das Comunicações do Brasil. Usando uma cadeia de produção e transmissão de ponta a ponta para a avaliação, o sistema de áudio MPEG-H cumpriu com sucesso todos os requisitos obrigatórios da CpP TV 3.0, demonstrando sua maturidade e capacidades inigualáveis.

Além da avaliação técnica das tecnologias que participaram, aspectos de mercado e propriedade intelectual foram considerados para a seleção. Ao final do processo, o Fórum SBTVD selecionou o áudio MPEG-H como o único sistema NGA obrigatório para serviços “Over the Air” (OTA) e “Over the Top” (OTT). O lançamento da TV 3.0 está previsto para 2024.

“Estamos orgulhosos que a nossa tecnologia tenha alcançado um resultado excepcional na avaliação e, consequentemente, foi selecionada como o único codec obrigatório para a transmissão terrestre da TV 3.0 no Brasil”, diz Adrian Murtaza, Gerente Sênior de Tecnologia e Padrões do Fraunhofer IIS. “A seleção do MPEG-H abre um novo capítulo em nosso trabalho com o Fórum SBTVD e as emissoras no Brasil. Nossa equipe está entusiasmada em trabalhar de perto com a indústria brasileira para trazer o áudio MPEG-H para os serviços regulares de TV e uma experiência aprimorada para o público”.

O Fórum SBTVD encaminhou suas recomendações ao Ministério das Comunicações do Brasil, para a seleção das tecnologias candidatas para todos os componentes da TV 3.0. O Ministério das Comunicações concordou com a publicação dos resultados pelo Fórum SBTVD.

“Os telespectadores esperam experiências de vídeo cada vez melhores e mais envolventes. Embora as imagens de alta qualidade sejam parte disso, o som é igualmente importante. Estamos realmente ansiosos para oferecer um som imersivo e personalizado para os telespectadores brasileiros”, diz Mickaël Raulet, CTO da Ateme.

MPEG-H na Amazônia

Embora seja obrigatório na TV 3.0, já há emissoras que adotaram o codec do Instituto Fraunhofer no Brasil no atual sistema de TV digital terrestre. A tecnologia pode ser inserida em iniciativas de TV 2.5, padronização de transição elaborada pelo Fórum Brasileiro de SBTVD.

O Grupo Rede Amazônica emprega o MPEG-H nas transmissões do canal Amazon Sat. “O Amazon Sat é o primeiro canal de transmissão brasileiro a implementar o MPEG-H Audio em serviços regulares de transmissão 24 horas por dia, 7 dias por semana, trazendo oportunidades inéditas, como áudio imersivo e interatividade, para a TV aberta”, explica Eduardo Lopes, diretor de Engenharia do Grupo Rede Amazônica.

O codec permite a transmissão de ádio 5.1 e estéreo. Uma única produção de MPEG-H pode cobrir todas essas configurações.

O sistema permite que o público interaja com o conteúdo e adapte a experiência de áudio às suas preferências pessoais. Há opções para personalizar o equilíbrio do diálogo e dos sons de fundo, escolher entre diferentes idiomas e posicionar a audiodescrição em diferentes locais da sala. (Com assessoria de imprensa)

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Da Redação

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