TIM vai testar se celular interfere na faixa de 3,5 GHz da antena de TV via satélite

A TIM tem pressa em conseguir mais faixa para ampliar a oferta de banda larga 4G no Brasil. Para isso, espera só a autorização da Anatel, o que deverá ocorrer até outubro, para iniciar os testes de convivência entre o serviço de celular e as transmissões de TV aberta que usa a antena parabólica da banda C na faixa de 3,5 GHz.

shutterstock_Ase_frequencia_geral_abstrata_politicaSegundo Silmar Palmeira, CTO da operadora, a empresa espera que, a partir de outubro, os testes entre a tecnologia do celular e a tecnologia da TV aberta via satélite comecem em uma cidade no interior do Rio de Janeiro. “A 5G vai levar um tempo para acontecer. Os primeiros releases 3GPP só estarão disponíveis em março do próximo ano. Depois, a indústria precisa de 20 meses para desenvolver os equipamentos. Ou seja, só em 2022 começará a aparecer a tecnologia de quinta geração. Mas podemos explorar melhor esse espectro já, com a 4G”, defendeu o executivo durante o Painel Telebrasil 2017.

Embora esta faixa- que ocupa o espectro de 3,4 GHz a 3,6 GHz – esteja sendo apontada pelo mundo como mais uma a ser ocupada pela telefonia celular e para o IMT (tecnologia da 5G), no Brasil as duas últimas tentativas da Anatel para vende-la tiveram que ser canceladas, devido à forte pressão dos radiodifusores e das empresas de satélite. Isto porque, é nela que estão instaladas cerca de 20 milhões de antenas parabólicas (número citado pelo mercado, mas sem qualquer fonte que o comprove) no Brasil que recebem os sinais da TV aberta. Só o Brasil ocupou essa faixa dessa forma.

Segundo Palmeira, a TIM pretende realizar os testes nos 200 MHz que existem disponíveis. Os estudos que estão sendo realizados pela Anatel, segundo Tarcísio Barkaus, indicam que os dois sistemas podem conviver harmonicamente. Mas na proposta da agência em eleboração, ela está reservando uma banda de guarda, e também analisando outras alternativas com a diminuição de potência de alguns transmissores.

Conforme Barkaus, a depender do cenário (maior ou menor quantidade de erbs, topologia da rede, etc.) as operadoras de celular irão demandar entre  70 MHz ou 400 MHz a mais de frequência para poder oferecer o serviço da  5G (IMT-Advanced). A UIT estima pelo menos mais 2 GHZ de banda necessária para os novos serviços que vão surgir. A previsão da agência é que a demanda no Brasil seja por volta de 300 MHz a mais.

Além do espectro de 3,5 GHz, a Anatel está estudando faixas mais altas, como as de 33 e 25 GHz para destiná-las á 5G. Mas a banda de 600 MHz – já liberada pelos Estados Unidos para o celular – segundo Barkaus, não deverá deixar que outros serviços, que não os de radiodifusão, continuem a ocupá-la.

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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