TIC Educação: crescem restrições a WiFi e celulares nas escolas

Pesquisa do Cetic.br mostra que 58% das escolas públicas com acesso à internet não permitem que alunos usem a rede sem fio; uso do celular é completamente proibido em 28% das unidades de ensino do País
TIC Educação: proibição a WiFi e celulares avança nas escolas brasileiras
Escolas brasileiras avanças em restrições a WiFi e celulares (crédito: Freepik)

As escolas do País estão aumentando as restrições ao uso do WiFi pelos estudantes, mostra a pesquisa TIC Educação 2023, divulgada nesta terça-feira, 6, pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).

O estudo aponta que, no ano passado, 58% das escolas públicas de Ensino Fundamental e Médio que possuem acesso à internet não permitem que os alunos usem o WiFi escolar para se conectar à rede. O índice mostra que a proporção de escolas que tomam essa medida está aumentando – eram 48%, em 2020, e 53%, em 2022.

O bloqueio ao WiFi é mais comum em escolas estaduais (64%) do que municipais (56%). De todo modo, em ambos os casos, a proporção de unidades de ensino que não liberam a rede sem fio aos alunos tem crescido. Entre as escolas particulares, o uso do WiFi pelos alunos não é permitido em 55% das instituições.

As restrições também são vistas em outros indicadores. Por exemplo, o percentual de escolas que permitem que os estudantes acessem à rede mediante a inserção de senha diminuiu. Em 2023, 26% das unidades de ensino tinham essa prática, abaixo dos 35%, em 2020, e 33%, em 2022.

De acordo com a pesquisa, apenas 14% das escolas de Ensino Fundamental e Médio com acesso à internet liberam o WiFi sem qualquer restrição aos alunos.

Restrição a celulares

A TIC Educação mostra que o uso do celular pelos alunos não é permitido em 28% das escolas do País. Em 64% das unidades de ensino, os estudantes podem usar os smartphones em espaços e horários determinados. Apenas 7% das escolas não têm qualquer restrição à utilização de celulares.

Segundo o estudo, a proibição completa ao uso de celulares é mais comum em escolas que atendem alunos mais novos, até os anos iniciais do Ensino Fundamental. A proporção passou de 32%, em 2020, para 43%, em 2023.

Nas instituições que oferecem aulas até os anos finais do Ensino Fundamental, o percentual passou de 10% para 21%, no mesmo intervalo de comparação. Nas escolas de Ensino Médio, a proibição ao uso do celular se manteve estável, alcançando 8% das unidades.

Acesso à internet

De acordo com a pesquisa, 92% das escolas de Ensino Fundamental e Médio, incluindo públicas e privadas, têm acesso à internet, um avanço de 10 pontos percentuais em relação a 2020.

A disponibilidade de acesso à rede em sala de aula também avançou. Nas escolas municipais, passou de 60%, em 2020, para 82%, em 2023. Nas estaduais, o salto foi de 63% para 83% das unidades de ensino no mesmo intervalo de três anos. As particulares ainda estão na frente, com a disponibilidade de rede em ambiente pedagógico em 88% das instituições.

Metodologia

A TIC Educação 2023 foi realizada entre os meses de agosto de 2023 e abril de 2024, em 3.001 escolas de Ensino Fundamental e Médio públicas (municipais, estaduais e federais) e particulares, localizadas em áreas urbana e rural, com cobertura nacional. As entrevistas foram realizadas por meio de entrevista telefônica assistida por computador.

Segundo o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), responsável pela produção dos indicadores, a pesquisa adota um desenho amostral que permite a produção de dados sobre escolas localizadas em áreas urbanas e rurais de forma unificada.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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