‘The Merge’ foi um sucesso. O que esperar do Ethereum?
Foi concluída com sucesso, nesta quinta-feira, 15, a fusão (Merge) do Ethereum, atualização que concretizou a troca de consenso da rede do modelo proof-of-work (PoW) para o proof-of-stake (PoS).
O novo sistema usará 99,95% menos energia, de acordo com a Ethereum Foundation. A atualização, que muda a forma como as transações ocorrem e como os tokens ether são criados, pode dar ao Ethereum uma grande vantagem, pois busca superar o bitcoin blockchain rival.
O PoW exige que os mineradores usem poder computacional para competir na resolução de problemas matemáticos complexos, gerando um alto consumo de energia. Já no PoS os novos blocos são gerados por quem já possui a criptomoeda.
“Acreditamos que este é um momento significativo que levará o ETH a superar o mercado de criptomoedas por algum tempo”, disse Richard Usher, chefe de negociação de balcão da empresa de criptomoedas BCB Group, com sede em Londres, conforme noticiou a Reuters.
A maioria das blockchains devoram grandes quantidades de energia e foram criticadas por ambientalistas e alguns investidores. Antes da atualização do software, uma única transação no Ethereum usava tanta energia quanto uma família média dos EUA usa em uma semana, de acordo com o pesquisador Digiconomist.
O Ethereum nasceu em 2013. Os proponentes dizem que ele formará a espinha dorsal de grande parte da visão “Web3” amplamente divulgada, mas ainda não realizada, de uma internet onde a tecnologia criptográfica ocupa o centro do palco em aplicativos e comércio.
Ele alimenta plataformas envolvendo ramificações de criptomoedas, como finanças descentralizadas e tokens não fungíveis, e é usado nos chamados “contratos inteligentes” – convênios baseados em blockchain vistos como tendo uso em finanças tradicionais e outros setores.
O Ether conquistou participação de mercado do bitcoin antes da fusão e agora responde por cerca de um quinto do mercado de criptomoedas de US$ 1 trilhão. A participação do Bitcoin caiu para 39,1% em relação ao pico deste ano de 47,5% em meados de junho.
Além do consumo de energia, os altos custos e os tempos de transação lentos são os principais problemas enfrentados pela rede Ethereum. A fusão não resolverá imediatamente esses problemas, embora alguns analistas digam que isso prepara o terreno para a expansão do Ethereum.
(com Reuters)