Teles europeias pressionam UE por desregulamentação

Grupo de operadoras, incluindo Telefónica e TIM, quer regras mais flexíveis para competir com big techs, aumentar lucros e acelerar consolidações
Em carta à UE, teles europeias pedem regras mais frouxas
Em carta à UE, teles europeias pedem regras mais frouxas (crédito: Freepik)

As principais empresas de telecomunicações da Europa – incluindo a Telefónica, dona da Vivo, e o Grupo TIM (antiga Telecom Italia), proprietário da TIM Brasil – se manifestaram, nesta quinta-feira, 12, à Comissão Europeia pedindo regras mais flexíveis para o setor. As companhias reivindicam por desregulamentação para competir com as big techs, que controlam algumas das plataformas mais usadas no ambiente digital.

O setor europeu de telecom espera que a nova composição da Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia (UE), seja mais favorável às suas pautas, até como forma de aumentar a competitividade em relação a empresas de fora do continente. A expectativa é de que a comissão proponha, no ano que vem, a Lei das Redes Digitais (DNA, na sigla em inglês) para impulsionar a infraestrutura digital do bloco.

Em carta ao alto escalação da UE, direcionada inclusive para a presidência e para o órgão antitruste, as telcos pedem “uma reforma urgente do atual quadro regulamentar” e das regras para fusão e aquisição (M&A).

“Nós realmente precisamos mudar a direção nos próximos 12 meses. Essa é a oportunidade de ouro, a janela que temos agora com a nova comissão”, disse o presidente-executivo da Telefónica, José María Alvarez-Pallete.

O CEO do Grupo TIM, Pietro Labriola, por sua vez, destacou que, na Itália, o gasto médio com conectividade móvel equivale a quatro cafés por mês.

“Precisamos de regras que nos permitam competir em igualdade de condições no mundo digital e obter lucros, caso contrário, as telecomunicações deixarão de ter os recursos necessários para fazer os investimentos de que necessitam e isso resultará num pior serviço para os consumidores”, afirmou.

Labriola também engrossou o coro por “menos regulamentação, permitindo a consolidação do mercado”. Segundo ele, “escala é importante” para a prosperidade do setor.

Além de Telefónica e TIM, assinam a carta empresas como Deutsche Telekom, Orange, BT Group, Liberty Global e KPN, entre outras.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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