Telefónica negocia venda de unidade na Colômbia para a Millicom
Na esteira da divulgação dos resultados financeiros do segundo trimestre, o Grupo Telefónica informou, nesta quarta-feira, 31, que está negociando a venda da sua unidade na Colômbia com a Millicom.
A multinacional espanhola já tem um Memorando de Entendimento (MoU, na sigla em inglês) não vinculante com a potencial compradora, cujas operações são realizadas sob a marca comercial Tigo. A proposta de aquisição é de US$ 400 milhões (aproximadamente R$ 2,26 bilhões).
Se o negócio se concretizar, a Millicom pretende combinar os ativos da Telefónica Colômbia (Coltel) com a TigoUne – a operadora colombiano já passou por uma fusão com a Une, do grupo EPM (Empresas Públicas de Medellín).
Inclusive, em comunicado, a Millicom informou que também planeja comprar a participação de minoritários na Coltel e a fatia de 50% que a EPM ainda detém na TigoUne.
“A entidade combinada proposta rejuvenesceria o setor de telecom da Colômbia, formando uma entidade de telecomunicações robusta, com escala e capacidade financeira necessárias para apoiar os investimentos significativos em rede e espectro para alcançar os ambiciosos objetivos de inclusão digital da Colômbia”, afirma a Millicom.
A Telefónica vem reduzindo a sua presença na América Latina pelo menos desde o fim da década passada. Em 2019, vendeu as suas operações na Costa Rica, na Nicarágua e no Panamá para a mesma Millicom, com quem negocia o ativo colombiano agora. Um ano antes, a América Móvil, dona da Claro, comprou as unidades da Telefónica em El Salvador e Guatemala.
Finanças
Nos negócios da multinacional espanhola, a operação colombiana fica dentro de uma organização chamada Telefónica Hispânica (também inclui Chile, Peru, México e Argentina), cuja receita ficou estável (-0,1%) no segundo trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado do primeiro semestre, o faturamento registra queda de 4,1%.
De forma isolada, a Telefónica Colômbia registrou números mais interessantes. A receita cresceu 7,2%, no segundo trimestre, e 7,5%, no acumulado do primeiro semestre, antes os mesmos períodos do ano anterior.
No informe financeiro, a holding destacou que “a liderança em FTTH, a melhora sustentada em pré-pago e a apreciação do peso colombiano explicam o crescimento interanual das receitas” no país sul-americano.