Telefônica investe R$ 1 bi em TI por ano para conseguir desligar 100 sistemas em três anos

Segundo o CEO, Eduardo Navarro, dos R$ 8 bilhões de Capex ao ano, 80% vão para as redes e 14% para modernizar os sistemas de informática. O restante vai para lojas e outros investimentos.

futurecom-2017-02O grupo Telefônica Vivo mantém  a promessa de investir  R$ 8 bilhões por ano  nos próximos três anos. E, desse montante, pelo menos R$ 1 bilhão por ano  estão sendo direcionados para transformar todos sistemas de TI  em full stack, como parte da estratégia para não mais ser uma empresa que fornece apenas conectividade. ” Investir em TI é muito mais difícil de se fazer em uma empresa de telecom, pois temos que mudar tudo sem poder parar,  mas em 3 a 4 anos acreditamos que essa grande transformação estará completamente percebida pelos clientes”, afirmou hoje, 3, o CEO, Eduardo Navarro, no Futurecom 2017.

Conforme o executivo, mais de 100 diferentes sistemas de informática serão substituídos durante o processo. Mas os clientes começam a ter serviços digitais à medida em que os sistemas estão sendo mudados. No próximo ano, por exemplo, será lançado o primeiro serviço com o apoio da plataforma de inteligência artificial, a Aura. Conforme Navarro, esse serviço irá auxiliar na identificação da voz para o atendimento, ainda, de serviços da própria operadora, como por exemplo, irá permitir que o usuário consiga administrar sua rede WiFi apenas com comandos de voz.

A empresa decidiu  oferecer serviços de IoT com plataforma própria. “Agora, estamos selecionando conjunto de setores para desenvolvermos a competência específica para atuarmos de ponta a ponta” completou Navarro.

Segundo ele, pelo menos dois segmentos já estão selecionados: o de gestão de frotas e o de gestão de energia. “Em cidades inteligentes, ainda estamos avaliando qual será nossa área de atuação”, disse. “Mas sabemos que ficar só na conectividade não é uma opção, até porque os valores e receitas são muito baixas” .

Sinais de recuperação

Navarro disse que começa a haver pequenos sinais de recuperação da economia brasileira, principalmente no mercado corporativo, já que o consumo das famílias sofreu pouco durante esses anos de forte recessão. “As pequenas empresas desapareceram e as grandes corporações cortaram nossos contratos em 20% a 30%. Agora pelo menos a economia parou de cair e uma luz pisca no fim do túnel”, completou.

Mas o executivo reforçou que a rentabilidade das empresas de telecomunicações – de 4% – está ainda muito abaixo da média até mesmo da rentabilidade na América Latina, onde as teles registram mais de dois dígitos.  “Há uma tendência mundial de as receitas diminuírem e os investimentos aumentarem, mas o problema é que no Brasil esses números são muito inferiores”, assinalou.

Mas acredita que, com a redução do custo do capital, com a queda permanente dos juros, prometida pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, essa situação volte a ficar mais balanceada, afirmou.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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