S&P eleva rating da Brisanet para “brAA-“, com perspectiva estável

Para agência de classificação de risco, operadora tem crescido em receitas e EBITDA ao mesmo tempo em que reduz a alavancagem; fontes de financiamento subsidiadas devem atenuar a pressão dos investimentos na rede 5G
S&P eleva rating da Brisanet para "brAA-"; perspectiva é estável
S&P eleva o rating da Brisanet por melhora nas métricas de crédito (crédito: Freepik)

Em relatório divulgado ao mercado nesta quarta-feira, 29, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) anunciou a elevação do rating da Brisanet de “brA+” para “brAA-“, em razão da melhora nas métricas de crédito da empresa. A perspectiva é estável.

Na avaliação da S&P, a operadora nordestina tem crescido em receitas e EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de forma sustentável, com “redução da alavancagem e manutenção de um bom nível de cobertura de juros”, o que contribui para melhorar os índices de crédito nos últimos exercícios fiscais.

No relatório, a agência cita que a Brisanet registrou queda mais rápida na alavancagem do que o esperado. O índice de dívida bruta ajustado sobre EBITDA ficou em 2,5x nos últimos 12 meses, mais baixo do que o de outros provedores regionais, como Vero (5,4x) e Desktop (3,3x).

“Apesar dos desafios e investimentos para a implementação do 5G, que devem impactar as margens operacionais em 2024, esperamos que a Brisanet siga apresentando crescimento sustentado de receitas, além de margens acima de 43% nos próximos anos, além de alavancagem abaixo de 3,0x”, destaca a S&P.

Para a agência, a operadora também tem como pontos positivos a “sua posição de liderança no segmento de banda larga fixa na região Nordeste”, com crescimento orgânico, sem aquisições ou patrocinadores financeiros.

A S&P reconhece que os investimentos previstos para acelerar a implementação do serviço de telefonia móvel devem pressionar o fluxo de caixa operacional livre. Contudo, a expectativa é de que a empresa siga recorrendo a fontes subsidiadas de financiamento de longo prazo.

“Esperamos que o início da operação móvel contribua para um gradual aumento de escala e participação de mercado da Brisanet, apesar de alguma pressão nas margens durante 2024 devido às despesas iniciais necessárias para o 5G”, avalia.

Perspectiva

A respeito da perspectiva estável, a agência de rating ressalta que a operadora deve continuar ampliando as suas atividades, sem comprometer os índices financeiros.

“A perspectiva estável reflete nossa visão de que a Brisanet continuará expandindo suas operações e consolidando sua posição de liderança nos mercados em que atua, com gradual avanço da operação no segmento de telefonia móvel em conjunto com o não comprometimento do nível histórico de margens, além de manter a alavancagem inferior a 3x”, resume a S&P.

O rating pode ser rebaixado caso os planos de investimento pressionem a liquidez ou a empresa tenha dificuldades para acessar fontes de financiamento. Por outro lado, a nota pode ser elevada caso a operadora aumente “sua escala mais rápido do que o esperado, com manutenção da sólida rentabilidade e ganho de participação de mercado”.

Neste mês, em conferência com analistas, a Brisanet informou que planeja acelerar as receitas com o serviço 5G a partir de junho.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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