Solução gera insights para empresas a partir do Open Finance
A Finnet, empresa que desenvolve software de gestão financeira, percebeu que poderia desmistificar o objetivo do Open Finance, além de possibilitar que as empresas se beneficiassem de consentir o compartilhamento de dados bancários.
“Entre os nossos clientes, muitos passaram por um momento de insegurança sobre consentir o compartilhamento de dados no Open Finance. Eles questionavam se era algo que servia para eles, se eles não perderiam o poder de negociação com os bancos”, por exemplo”, lembra Marilia Ferreira, head da unidade de negócios de finanças da Finnet.
Lançado em 2021 com o intuito de gerar mais competitividade no setor financeiro e mais oportunidades de escolha para os usuários, o Open Finance somava, no início de novembro deste ano, com 37,7 milhões de consentimentos únicos de compartilhamento de dados de pessoas físicas, de acordo com dados do Banco Central. Por outro lado, a adesão de pessoas jurídicas tem sido mais lenta. Em novembro, os consentimentos únicos de CNPJs chegaram a 361,6 mil, o que representa menos de 2% do universo das empresas no país.
“Começamos a nos aprofundar e vimos que podíamos desmistificar o Open Finance para os clientes e, além disso, como fornecedora de software de gestão financeira, dar mais clareza aos dados bancários deles”, conta Marilia.
A Finnet já tinha um produto que integrava as informações financeiras das empresas clientes, tais como tesouraria, contas a pagar e a receber, além de todo o histórico de transações bancárias. Nesses casos, para ter acesso às informações de seus clientes, a empresa tem uma permissão para ser uma espécie de intermediadora de dados com os bancos. Dessa forma, a Finnet consegue fazer uma conexão entre empresas e bancos para receber eletronicamente, por exemplo, extratos, e disponibilizar as informações em um software para otimizar a gestão financeira.
Mas, para conseguir agregar valor com o Open Finance, a desenvolvedora de software precisou ir além. Entrou com um pedido de licença de instituição de pagamento ao Banco Central (BC). Isso porque os dados gerados no ecossistema financeiro aberto só podem ser compartilhados, a partir de consentimento do usuário, com cada uma das instituições que ele escolher.
Com o status de instituição de pagamento, a Finnet ficou apta a entrar no Open Finance e seus clientes puderam consentir a ela o acesso a suas movimentações bancárias. Segundo Marilia, 20% dos clientes da Finnet já compartilham os dados com a empresa para receber as análises geradas a partir do uso do Open Finance.
“Temos utilizado, principalmente, informações de extrato. Com o Open Finance, conseguimos alimentar nossa solução de gestão a partir de dados online. Antes, era preciso esperar o dia seguinte ou acessar o internet banking a cada vez que fosse preciso fazer uma consulta”, explica Marília.
Comparativo de tarifas
E qual a vantagem disso? A head da Finnet conta que a gestão financeira das empresas ficou mais ágil no dia a dia, já que não é mais preciso acessar diferentes canais para ter acesso às informações. “Também permite controlar melhor o saldo bancário, cruzar informações sobre produtos financeiros, além de vislumbrar possibilidades de rendimentos dos valores disponíveis e realizar cash pooling quando necessário”, enumera.
O próximo passo da Finnet, que deve ser incorporada à solução no próximo ano, é oferecer às empresas uma gestão inteligente de tarifas bancárias. “Será possível ter uma previsibilidade maior das tarifas, acompanhar se os bancos estão cobrando realmente o que foi contratado, se o valor pago está muito fora do que vem sendo cobrado por outras instituições. Ao contrário do que os clientes pensavam, estar no Open Finance pode ser um meio de aumentar o poder de negociação com os bancos”, acredita Marilia.