Smartphone da Nokia será vendido apenas na China

Feira de tecnologia CES 2017 teve lançamento de smartphones também da Huawei, da ZTE, e de novo chip da Qualcomm
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O novo Nokia 6, da HMD Global, será vendido inicialmente apenas na China

A HMD Global, empresa responsável pelos novos celulares com a marca Nokia, anunciou ontem, nos estertores da feira de tecnologia CES 2017, que o primeiro smartphone Android Nokia será lançado ainda “neste começo de ano”. Apenas a China, porém, será o mercado atendido.

O dispositivo foi batizado simplesmente de Nokia 6. Na china existem cerca de 552 milhões de usuários de smartphone, mais que Estados Unidos, Europa ou Brasil, o que justifica o foco da HMD, segundo a própria empresa. Apenas em 2017, a expectativa é de que 40 milhões de novos usuários se somem a essa massa no país asiático.

As especificações do Nokia 6 não são muito diferentes do habitualmente visto em smartphones topo de linha: tela de 5,5 polegadas, full HD, com vidro Gorilla Glass; memória RAM de 4GB e armazenamento de 64 GB; câmera traseira de 16 MP e dianteira de 8 MP.  O processador é um Qualcomm Snapdragon 430, enquanto o Android vem já na versão N (Nougat). As vendas acontecerão exclusivamente por uma loja de varejo digital chinesa. O preço será de CNY 1699 (cerca de R$ 800).

Huawei anuncia o Mate 9

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A câmera “dupla” do Mate 9 foi desenvolvida em parceria com a Leica, tradicional marca alemã de lentes

As companhias chinesas também apresentaram novos aparelhos. A Huawei lançou na sexta-feira, 6, nos Estados Unidos o Mate 9, a nova versão de seu celular mais sofisticado. O telefone tem câmera traseira com duas lentes, tela de 5,9 polegadas e custa US$ 600. Com o modelo, pretende abocanhar espaço de concorrentes como o iPhone 7 Plus (Apple) ou o Galaxy S7 Edge (Samsung).

Tem processador Kirin 960 de oito núcleos, 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento. Versões intermediárias, batizadas de Nova e Lite também foram apresentadas. Serão lançados ainda este ano na América Latina, sem qualquer previsão para o Brasil, porém.

Em 2016, a Huawei vendeu 139 milhões de celulares, um crescimento de 29% em relação a 2015. O faturamento da unidade de dispositivos móveis da multinacional chinesa cresceu 42%, e terminou, segundo dados preliminares, em 25,6 bilhões.

ZTE quer fazer celular “colaborativo”

A ZTE, que no Brasil tem focado o mercado de celular de baixo custo, anunciou durante a feira a chegada o Blad V8, smartphone capaz de fazer 3D. Ele usa chipset Snapdragon 435, possui câmera dupla na parte traseira (de 13 MP) e uma dianteira de igual resolução, tela de 5,2 polegadas, 3 GB de RAM e 32 GB de armazenamento. Roda com Android N e virá acompanhado de um óculos suporte de realidade virtual. Será lançado na Rússia e no Japão em fevereiro, chegando a outros mercados a partir de março – sem menção ao Brasil nem ao preço.

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O Hawkeye, protótipo que a ZTE pretende financiar coletivamente

Mas foi outro dispositivo que mais chamou a atenção, o Hawkeye. Isso porque o celular foi batizado, nas palavras da empresa, de modo “colaborativo” e será financiado também dessa forma. O projeto prevê lançar um celular de US$ 199 com tecnologias inovadoras, e tem campanha de financiamento no site de crowdfunding Kickstarter.

Se tudo correr bem, a ZTE pretende angariar US$ 500 mil dólares para lançar o aparelho até o final do terceiro trimestre do ano. Até o momento, juntou US$ 40 mil. De novidade, o celular teria capacidade adesiva, de aderir a superfícies facilitando o uso sem as mãos. Obedeceria ainda a comandos visuais a partir de rastreamento do olhar.

Qualcomm e seu novo processador
A fabricante de chips Qualcomm foi outra empresa que chamou a atenção na feira com o lançamento da nova geração do chip móvel Snapdragon, o 835. O lançamento foi feito pelo CEO da empresa, Steve Mollemkopf, que destacou o processo de fabricação de 10 nanômetros do componente.

Menor, o processador também consome menos energia, dissipa menos calor, mas é mais rápido que a versão anterior. Segundo ele, o 835 possui tecnologias para melhor exibição de conteúdo de realidade aumentada e virtual, de fotografia, segurança e conectividade (velocidades de download de até 1 Gbps). A previsão é que aparelhos com o novo chip cheguem ao mercado mundial ainda no primeiro semestre.

Novas tecnologias
A CES também foi palco para que desenvolvedores de tecnologias ainda vistas como promessas continuem a promovê-las como revolução. Assim foi com os carros conectados. A Nissan buscou contemporizar a viabilidade de um mercado de carros 100% autônomos, defendendo o uso de inteligência artificial nos veículos não para substituir o motorista, mas para evitar acidentes. A Amazon mostrou aperfeiçoamento em seu sistema de reconhecimento de fala, o Alexa, que passará a ser usado pela Ford.

Já o Google enviou seus executivos à feira para convencer as fabricantes de smartphones a adaptar os aparelhos do futuro à tecnologia Daydream View, sua plataforma de realidade virtual. Huawei, Asus e Lenovo foram algumas da companhias que concordaram em abraçar a tecnologia, que permite usar o celular em conjunto com um óculos de realidade virtual.

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Da Redação

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