Setor de satélites pede redução de impostos para gateways no Brasil
Representantes da indústria de satélites clamaram por redução de impostos para a implantação de gateways no Brasil. Segundo eles, o País carece de infraestruturas terrestres para a troca de dados com os equipamentos no espaço em função da alta carga tributária. Com isso, os gateways estão sendo instalados em territórios vizinhos, como Chile e Peru.
Fabio Alencar, presidente do Sindicato Nacional de Empresas de Telecomunicações por Satélite (Sindisat), diz que o imposto sobre gateway no Brasil é 80% maior do que em países vizinhos. “Tem várias frentes em que o governo tem que rever a mão de incentivo e taxação”, afirmou o dirigente, em painel no Futurecom 2024, nesta quarta-feira, 9.
De acordo com Alencar, a instalação de infraestruturas terrestres deveria ser tratado como plano estratégico pelo governo, tendo em vista que a utilização de gateways em outros países prejudica a transmissão de dados, ainda que na casa dos milissegundos.
“O business case do gateway no Brasil é difícil, mas, como temos um mercado muito grande, acaba compensando os investimentos das operadoras”, ponderou.
Lincoln de Oliveira, diretor geral de satélites Star One da Embratel, apontou que o investimento na infraestrutura terrestre é tão pesado quanto nos próprios equipamentos que são postos em órbita.
“É necessário fomentar a economia a partir da isenção de impostos. Alguns operadoras estão instalando seus gateways fora do Brasil. Então, o governo precisa abrir mão de um lado, reduzindo impostos, para fazer a indústria crescer aqui, ganhando em volume”, avaliou o executivo da Embratel.