Selic: Copom eleva taxa básica de juros para 11,25%
Nesta quarta-feira, 6 de novembro, o Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do Banco Central (BC), decidiu por um novo aumento da Selic, a taxa básica de juros. Elevada em 0,5 pontos percentuais (p.p.), a Selic ficou definida em 11,25% ao ano.
Como justificativa para a elevação da taxa, o Copom apontou, novamente, a permanência de um ambiente externo “desafiador”.De acordo com o órgão, isso ocorre em função, principalmente, da conjuntura econômica dos Estados Unidos. Classificada como incerta, essa conjuntura traz dúvidas sobre ritmos de desaceleração da economia, desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed, o banco central americano.
Internamente, o Copom aponta o dinamismo dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho. “A inflação cheia e as medidas subjacentes se situaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes”, observou o Copom em nota.
Outro aspecto é a política fiscal do Brasil. “A percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal tem afetado, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco e a taxa de câmbio. O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida, com a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal, contribuirá para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, detalhou.
Esse foi o segundo aumento consecutivo dos juros básicos desde setembro. No dia 18 daquele mês, o Copom havia passado a Selic de 10,5% para 10,75% ao ano. Todos os nove membros do comitê, incluindo Gabriel Galípolo, que assume a presidência do BC em janeiro, votaram pelo aumento da taxa.
A próxima reunião do Copom é entre os dias 10 e 11 de dezembro e o comitê afirma o ritmo de ajustes futuros na taxa de juros vai depender do “compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”. (Com informações do Banco Central)