Se aquisição da Telecom Itália for concretizada, KKR deverá vender TIM Brasil, afirma BTG Pactual
Um relatório da BTG Pactual prevê que, caso a aquisição da Telecom Itália para a KKR seja concretizada, a nova acionista irá vender a TIM Brasil. Conforme o banco, a companhia estadunidense está interessada apenas na sede italiana da companhia e, principalmente, em sua infraestrutura de fibra. A KKR detém participação de 37,5% da FiberCo, empresa de fibra da Telecom Itália.
Ainda que a venda não ocorra, a proposta da KKR pode colocar a operadora italiana sob pressão para criar valor para a empresa. Para tanto, pode ser necessária a venda da TIM Brasil.
O BTG Pactual também analisou que, em caso de troca de controlador da Telecom Itália, os acionistas minoritários da TIM Brasil não terão direito ao tag-alone, benefício que permite investidores com ações ordinárias venderem seus ativos por no mínimo 80% por ação do valor da venda da empresa. Isso porque o negócio não envolverá a troca de comando da TIM Brasil.
No entanto, o banco não descarta inteiramente a possibilidade de recebimento do tag-along. Nesse caso, “o preço da oferta no Brasil deve ser determinada por um avaliador independente e essa avaliação deve ser aprovada por 2/3 dos acionistas da TIM”.
A KKR fez uma oferta que avaliava a Telecom Itália em seis vezes a expectativa do EBTIDA para 2022. Se a TIM Brasil dispor de um estimativa pelo mesmo múltiplo, teria um preço de R$ 21,5 por ação, e um potencial de 59% a mais no preço da fechada na sexta-feira para a operadora.
Por enquanto, o grande controlador da Telecom Itália é o conglomerado de mídia francês, Vivendi, que detém 23,75% das ações. Ontem, 22, a companhia se reuniu com a o fundo de privaty equity dos Estados Unidos para negociar uma possível transação.