Risco de banimento da Huawei na Europa preocupa operadoras

GSMA propõe reunião durante o MWC para debater impacto do banimento da fabricante em diferentes países.

A agência de notícias Reuters noticiou, na última semana, que a Comissão Europeia estuda formas de banir a Huawei do fornecimento de redes de telecomunicações 5G. A medida disparou um alerta imediato nas prestadoras de serviços de telecomunicações europeias.

Algumas, como a alemã Deutsche Telekom e Vodafone, chegaram a se posicionar. A Vodafone lembrou que o mercado de redes se concentra nas mãos de três fabricantes (Huawei, Ericsson e Nokia), e que todas têm presença também na China. Já a Deutsche ressaltou que sem a chinesa, as redes 5G vão demorar dois ou três anos a mais para chegar ao bloco.

No fim de semana, veio à tona a informação de que a GSMA, associação global das operadoras móveis, propôs uma reunião de emergência, a ser realizada durante o congresso MWC, no final do mês em Barcelona, para debater as consequências da abolição de equipamentos da Huawei entre seus integrantes, mundo afora.

Já existe um punhado de países dos quais a Huawei foi parcialmente banida. Nos EUA, Austrália e Nova Zelândia, por exemplo, não pode vender a nenhuma operadora equipamentos de rede 5G. No Japão, o governo determinou que não poderá comprar infraestrutura da empresa. Em outros países, como Reino Unido, França e Alemanha, operadoras se comprometeram a reduzir a dependência da fabricante.

A Huawei tem cerca de 180 mil funcionários no mundo. É, em receitas, a maior fornecedora de equipamentos de rede, com faturamento de US$ 92,5 bilhões em 2017 – embora os resultados sejam divulgados juntamente com os do segmento de consumo, no qual a empresa também é uma das maiores concorrentes.

A empresa se defende das acusações de facilitar a espionagem das comunicações pelo governo chinês através de seus equipamentos, afirmando que todos os produtos estão disponíveis para auditoria pelos clientes ou governos.

Guerra comercial e irregularidades

A situação é mais complicada nos EUA, país com o qual a China vem travando intensa disputa comercial. O governo de Donald Trump acusa a Huawei de praticar uma série de crimes desde 2007, entre os quais, burlar um embargo econômico e tecnológico e praticar roubo de propriedade industrial.

O ápice da tensão entre os países se deu no final de 2018, quando a CFO e filha do fundador da empresa, Sabrina Meng, foi presa no Canadá, a pedido dos EUA, sob a acusação de práticas fraudulentas para vender equipamentos ao Irã.

A China e a empresa rechaçam as acusações. Os chineses afirmam, ainda, que EUA e Canadá devem retirar as acusações e libertar Meng. E ameaçam retaliar.

Enquanto isso, incidentes envolvendo a fabricante acontecem em diferentes países. Na Polônia, funcionários foram acusados de espionagem. Hoje, a Dinamarca confirmou a deportação de dois funcionários da Huawei por não terem permissão de residência e trabalho no país. As autoridades locais dizem, no entanto, que não há relação entre este fato e as acusações recentes de espionagem que pairam sobre a companhia. (Com agências internacionais)

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Da Redação

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