Rio é palco de evento internacional de NFT

Evento pode ser visitado de qualquer lugar do mundo por meio de uma réplica do Parque Lage no metaverso, onde também estarão as obras da mostra.
Rio é palco de evento internacional de NFT-crédito foto-Divulgação
Marcus Menezes, um dos organizadores do NFT.Rio Crédito: Divulgação

O Rio de Janeiro recebe o primeiro evento internacional de NFT do Brasil, que vem revolucionando o meio digital e, especialmente, o mercado das artes. Além de uma exposição, com entrada gratuita, que reúne mais de 600 obras digitais de artistas nacionais e estrangeiros, o NFT.Rio promove o debate sobre os fundamentos da nova tecnologia em diversas áreas, de hoje até 3 de julho, no Parque Lage.

O NFT.Rio faz parte de um movimento global que começou com o NFT.NYC, em 2019, e depois se espalhou de forma orgânica para outras grandes cidades como Los Angeles, Paris e Amsterdã.

Destinado a players do mercado e iniciantes nos temas da Web3, o evento contará ainda com ambiente imersivo e será um ponto de encontro de networking, possibilitando a realização de novos negócios para artistas, criadores, colecionadores, startups, investidores e entusiastas.

A nossa missão é apresentar a cultura NFT a uma nova e ampla audiência, bem como ajudar a empoderar os criadores brasileiros na cena global”, afirma Marcus Menezes, um dos organizadores do NFT.Rio e fundador da coleção de NFTs CryptoRastas.

Patrocinado pelo Mercado Bitcoin, o evento também poderá ser visitado de qualquer lugar do mundo, por meio de uma réplica do Parque Laje no metaverso, com as obras exibidas.

A curadoria do NFT.Rio

Dono de um acervo avaliado em US$17 milhões, o misterioso colecionador de NFTs Cozomo de’ Medici, pseudônimo do rapper Snoop Dogg, emprestou parte de sua coleção para o evento.

A seleção inclui alguns dos mais valorizados NFTs do mercado como Cryptopunks, XCopy e Fidenza. A aproximação de Cozomo com o NFT.Rio começou quando ele adquiriu alguns CryptoRastas, exemplares da série criada por Marcus Menezes, hoje prestigiada internacionalmente.

Além dos CryptoRastas, integram a mostra do evento obras de outros artistas da cena nacional, como Fesq, Uno de Oliveira, Simone Monte e Marlus Araujo. Já a milionária série Bored Apes Yacht Club (preferida de celebridades como Neymar, Jimmy Fallon e Paris Hilton) terá NFTs disponibilizados pela comunidade de colecionadores brasileiros.

O NFT.Rio vai além dos limites físicos do Parque Lage. Interessados que não moram na cidade ou no país poderão acompanhar o evento por meio de atividades online como bate-papos abertos no Twitter Spaces, além de visitá-lo virtualmente em sua réplica no metaverso. Além disso, as artes dos NFTs também serão espalhadas pelas ruas do Rio de Janeiro e São Paulo com outdoors digitais, em uma parceria com a Eletromídia.

O que são os  NFTs

Os NFTs se tornaram uma tendência para investidores. Em 2021, o mercado de NFTs movimentou US$ 17,6 bilhões. Entretanto, para participar deste mercado é preciso estar alerta aos riscos.

NFT é uma sigla em inglês para “non-fungible token” (token não-fungível), arte digital que não pode ser replicada e chega a ser vendida por milhões de dólares via blockchain, livro-razão onde é registrado um certificado digital dos bens obtidos. Neste ativo há um contrato inteligente com uma especificação orientando como criar o NFT e publicá-lo na rede.

Tudo pode ser um NFT, fotografia, meme, vídeos, os quais são adquiridos por compradores interessados em se tornarem os “donos” desses artigos, que ficam registrados como algo único dentro do blockchain.

Picasso Queimado

Em 29 de junho de 2021, o “Fumer V”, gravura produzida por Pablo Picasso em 1964, foi incinerada propositalmente após o processo de tokenização. A destruição da obra foi ordenada pela plataforma de artistas digitais estadunidenses Unique.One, como parte do projeto “Burned Picasso”(Picasso Queimado).

A imagem original da obra de Picasso foi transformada em um NFT, ou seja, em um arquivo digital criptografado como a tecnologia blockchain, o que torna suas propriedades irrepetíveis. Essa forma de digitalização transforma a imagem em um bem criptográfico, preservando o seu valor de mercado, tornando-a mais valiosa uma vez que pode ser multiplicada apenas com comercialização autorizada por seus proprietários.

Riscos para o investidor

De acordo com Mauricio Takahashi, professor de economia e finanças no Mackenzie, este investimento se difere das criptomoedas justamente por serem não-fungíveis, enquanto as criptos são fungíveis.

Takahashi diz que cada investidor tem a sua equação de risco, pois se trata de um investimento ainda mais incerto e, ao apostar no universo digital, não é possível assegurar um bom retorno.

“As pesquisas mostram que a velha economia influencia muito mais nas criptomoedas, NFTs e metaverso, do que a nova economia. Apesar de ser algo interessante, pensando mais à frente, há uma volatilidade muito grande neste mercado, então é importante ter o mínimo de segurança de preço para que tenha ao menos uma reserva de valor”, afirma.

O especialista em inteligência de negócios e ambientes digitais do Mackenzie Alphaville, Nelson Mitsuo, aponta para outros dois riscos, o roubo de NFTs e a regulamentação. A perda do hard wallet, dispositivo onde é armazenada a chave pela qual o investidor acessa os tokens, pode fazer com que se perca o ativo digital ou haja uma manipulação de informação.

Para Mitsuo, o investimento pode trazer retornos na mesma proporção de seus riscos, ainda que seja uma das aplicações mais arriscadas do mercado financeiro, se comparados ao CDB, renda fixa, dólar e ouro. “Minha sugestão é que se invista no máximo 2% dos recursos que você tem nos NFTs. Além disso, saiba dar procedência aos tokens, pois é necessário adquirir os direitos de quem o produziu ou revendeu”, conclui.

 

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Redação DMI

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