Reino Unido autoriza fusão entre Vodafone e Three

Autoridade antitruste impôs que nova empresa se comprometa com investimentos na rede móvel e mantenha tarifas para consumidores e MVNOs por três anos
Vodafone e Three têm caminho aberto para fusão no Reino Unido
Vodafone e Three têm caminho aberto para fusão no Reino Unido (crédito: Vodafone)

A Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA, na sigla em inglês), órgão britânico de defesa da concorrência, autorizou, nesta quinta-feira, 5, a fusão entre a Vodafone e a Three no Reino Unido, contanto que as operadoras se comprometam com investimentos bilionários na rede 5G e mantenham os preços dos planos móveis por pelo menos três anos.

Em sua análise, a CMA indicou que, com base no plano de integração das duas empresas, haverá uma melhora significativa na qualidade da rede celular. “A plena implementação deste plano aumentaria a concorrência estre as operadoras de redes móveis a longo prazo, beneficiando milhões de pessoas”, avalia a autoridade antitruste.

Vale lembrar, a Vodafone e a Three se comprometeram a investir 11 bilhões de libras esterlinas (aproximadamente R$ 84,2 bilhões) na infraestrutura de rede móvel em todo o Reino Unido pelos próximos oito anos.

Além disso, o órgão de defesa da concorrência determinou que a empresa nascida da fusão não deve aumentar as tarifas durante os próximos três anos para proteger os atuais clientes. Adicionalmente, pelo mesmo período, a aprovação da união de forças depende da manutenção de preços e termos dos contratos vigentes com operadoras móveis virtuais (MVNOs).

Os condicionantes para liberação da fusão foram formulados após o grupo responsável por avaliar o procedimento levantar preocupações sobre os efeitos no mercado móvel britânico. Em novembro, a equipe da CMA apresentou os remédios necessários para autorizar a união das operadoras.

“Tendo considerado cuidadosamente as evidências, bem como o extenso feedback que recebemos, acreditamos que a fusão provavelmente aumentará a concorrência no setor móvel do Reino Unido e deverá ser autorizada a prosseguir – mas apenas se a Vodafone e a Three concordarem em implementar as medidas propostas”, afirmou Stuart McIntosh, presidente do grupo de inquérito que lidera a análise sobre a fusão.

Em comunicado, a CMA indicou que o compromisso dos investimentos na rede móvel também será supervisionado pela Ofcom, agência britânica reguladora do setor de telecomunicações.

Mercado britânico

A fusão deve criar a maior operadora móvel do Reino Unido – atualmente, a Vodafone e a Three ocupam, respectivamente, a terceira e quarta posição no mercado, atrás da líder EE, do Grupo BT, e O2, marca comercial da Virgin Media O2 (VMO2), uma joint venture entre Telefónica e Liberty Global

A Vodafone deve ficar com 51% da nova empresa, enquanto a CK Hutchison, dona da Three, com o restante. Inclusive, conforme o acordo, a Vodafone tem a opção de adquirir a participação da parceira três anos após a conclusão do negócio.

A expectativa é de que o processo de fusão seja concluído durante o primeiro semestre de 2025.

Avatar photo

Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

Artigos: 1118