Redes privativas ainda têm três desafios para resolver
Se o Brasil já ocupa a oitava posição em número de redes privativas, conforme pesquisa da Omdia, enfrenta pelo menos três importantes desafios para que se transformem em serviços massificado. Para Alexandre Gomes, diretor da Embratel, os desafios podem ser resumidos em: falta de dispositivos, habilitadores que não se integram e ecossistema que não atua em conjunto .
A fragmentação das ofertas e das tecnologias também faz parte dos desafios, pontuo Diego Aguiar, diretor de Operações da Vivo, que assinalou no entanto, que hoje o Brasil possui os dois maiores projetos de rede privativa do mundo, que são os da Petrobras – off shore e on shore – e da Vale do Rio Doce. Marcio Verones, Head de Vendas da Nokia, disse que atualmente no mundo 85% das redes privativas ou dedicadas estão construídas sob a tecnologia 4G.
Segundo Virgílio Fiorese, diretor geral da Virgiíio, atualmente, a construção de ilhas, ou seja de redes dedicadas, é o que prevalece no mercado, muito mais para atender à demanda do cliente final. Mas quando todos os agentes conseguirem empacotar sistemas e soluções que possam ser usados pelas pequenas e médias empresas, esse quadro irá mudar, analisa o executivo. O presidente da NEC, José Renato Gonçalves, por sua vez, assinalou que, somente com a cooperação entre os diferentes players será possível se efetivar a integração demandada pelos diferentes setores produtivos.
Hyperscalers
O papel das hypesclaers – ou das grandes empresas transacionais de nuvem, como AWS ou Google- como partícipes do processo de construção das redes privativas provocou intervenções acaloradas durante o debate. Para Werner Schaefer, vice-presidente do Centro de Rede e Telecomunicações da Intel, elas não conseguirão atender às demandas das diferentes indústrias porque lhes falta uma característica essencial: a presença física nas bordas.
Segundo Arivaldo Lopes, senior Manager Americas da Omdia, os Estados Unidos ainda concentram o maior número de iniciativas de anúncios de redes privativas, concentrando 40% delas, no primeiro trimestre de 2023, seguido por Alemanha, China, Grã Bretanha e Japão.
No Brasil, disse, enquanto a agricultura congrega 16% dos projetos de redes privativas LTE e 5G, na média mundial, a agricultura não soma mais do que 2% das iniciativas. Para ele, esse desempenho está relacionado à pujança do setor e também à falta de conectividade nas áreas rurais brasileiras. O debate foi travado durante o Futurecom 2023.