Receitas com 5G vão acelerar a partir de junho, indica CEO da Brisanet
A Brisanet planeja acelerar as receitas com o 5G a partir de junho, afirmou o fundador e CEO da operadora, José Roberto Nogueira, nesta quinta-feira, 16, em conferência sobre os resultados financeiros do primeiro trimestre deste ano.
Atualmente, as vendas têm sido feitas por meio da modalidade porta a porta, mas serão expandidas no mês que vem, incluindo canais digitais e lojas especializadas em produtos de informática, celulares e eletrodomésticos. As ofertas direcionadas para a base de clientes de banda larga também começam em junho.
A empresa também está comercializando planos de 5G FWA, tecnologia que permite usar a rede móvel como internet fixa.
“80% dos nossos clientes [de 5G] não são da base [de banda larga] da Brisanet. São CPFs novos. Nem estamos abordando os nossos clientes ainda”, ressaltou Nogueira.
A operadora terminou o primeiro trimestre com uma base de cerca de 55 mil clientes de telefonia móvel. Em abril, mais 23 mil usuários foram adicionados, com o total chegando a 78 mil. No momento, a rede está ativa em uma área com 6 milhões de pessoas, mas as vendas se concentram em um território mais restrito, de menos de 4 milhões de habitantes.
O planejamento da empresa prevê intensificar a operação comercial em toda a zona de cobertura a partir de segundo quinzena de junho.
Segundo o CEO, até agora, a empresa se concentrou em construir um “pulmão de infraestrutura” sem o acompanhamento de receitas – inclusive, os desembolsos para ativar a rede móvel impactaram os resultados do primeiro trimestre.
“Esse pulmão construído não foi acompanhado pela área de vendas. Há dois meses, estávamos atendendo só metade da população [da zona de cobertura]. No futuro, isso não vai mais acontecer. A partir de junho, toda torre construída vai gerar receita”, destacou o executivo.
Estratégia
Nogueira reiterou que a empresa confia na qualidade da rede construída. Entrante da tecnologia móvel, a Brisanet constrói as próprias torres e antenas e reforça os equipamentos com backbone de fibra óptica, em redundância.
Desde março, a operadora pratica uma estratégia mais agressiva para ganhar capilaridade na telefonia móvel, com uma oferta de R$ 4,90 por três meses. A empresa, no entanto, não indicou quais serão os preços após o período promocional, limitando-se a dizer que, por volta de julho e agosto, terá uma avaliação melhor do comportamento do consumidor.
“No primeiro momento, a Brisanet não é vista como operadora móvel, o mercado nos conhece como operadora fixa. É uma dificuldade falar com o cliente que também temos banda larga móvel. No futuro, isso pode mudar, mas tem que bater na porta do cliente e contar uma história de que somos [do setor] móvel também. Podemos mudar o plano [comercial] mais para frente, mas, no primeiro momento, vai ser assim”, disse Nogueira.
A Brisanet reiterou a projeção de investir R$ 550 milhões na rede 5G neste ano – no primeiro trimestre, os desembolsos específicos para essa tecnologia totalizaram R$ 109 milhões. A empresa disse que o serviço móvel deve ser ativado em pelo menos mais duas capitais do Nordeste ao longo de 2024, sendo Natal uma delas.
Por enquanto, entre as capitais, a rede móvel está em operação somente em Fortaleza. Segundo a empresa, a capital cearense está quase 100% coberta, restando ativar cerca de seis sites na cobertura de edifícios.
A meta é terminar 2024 com a rede alcançando uma área de 14 milhões de habitantes. “A partir de julho, além dos 6 milhões, continuaremos em construção”, pontuou o CEO.
Cidades pequenas
Na conferência com analistas, Nogueira ressaltou que a empresa, conforme previsão do edital de licitação do 5G, tem o compromisso de levar a rede móvel para 1.437 cidades com menos de 30 mil habitantes. A operadora está otimista com os resultados que deve obter nos municípios menores.
“É nas pequenas cidades que teremos um market share [participação de mercado] muito maior. E isso já está aparecendo. O share nas cidades pequenas está em linha [com as expectativas] e vamos chegar a uns 40%, ao mesmo tempo que teremos 20% de share nas capitais”, disse o CEO. “Cidade pequena não é osso, é oportunidade de negócio”, frisou.