Real digital chega em meados de 2024, diz BC

A fase piloto do real digital terá início até o final do ano com a criação de uma plataforma que dará suporte ao modelo de negócio desenvolvido no Lift Challange.
Real digital chega em meados de 2024, diz BC- Crédito: Freepik
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O Real Digital deverá chegar ao mercado em meados de 2024, segundo estima o economista Fábio Araújo, responsável pelo projeto Real Digital no Banco Central, durante o LIFT Day 2022, realizado pelo Banco Central e a Fenasbac, para apresentar os resultados de várias frentes do ecossistema Lift Challenge.

Até o final deste ano, será iniciada a fase piloto do real digital com a criação de uma plataforma de infraestrutura,  que dará suporte ao modelo de negócio desenvolvido pelas nove empresas participantes do Lift Challenge, que avalia casos de uso de moeda digital que será emitida pelo Banco Central, bem como sua viabilidade tecnológica.

“É importante deixar claro que a participação em fases posteriores do projeto não está condicionada ao ecossistema Lift. A fase piloto será aberta novamente para a sociedade com projetos que tenham amadurecidos por conta própria e ofereçam casos de uso”, disse.

Foram apresentadas para acompanhamento no Lift Challenge 47 propostas das seguintes empresas: Aave; Banco Santander; Febraban; Gieseck e Devrient; Itaú Unibanco em parceria com B3 e R3; Mercado Bitcoin com Bitrust, ClearSale e CPqD; TecBan e Capitual; VERT, Digital Assets e Oliver Wyman; Visa do Brasil, ConsenSys e Microsoft.

Brasil aposta em casos de uso

Atualmente 80 dos BCs estão com projetos ativos em CBDC, procurando solução para seus problemas locais e mais de 90% do PIB mundial está trabalhando com isso, conforme o economista.

Diferente do modelo de moeda digital adotado por outros países, que optaram por definir primeiro a plataforma de infraestrutura, o Brasil apostou nos casos de uso. “Sabemos que a tecnologia é interessante, mas quais aplicações de fato são viáveis? Essa resposta vamos colher nos próximos quatro meses, ao longo do desenvolvimento dos projetos no Lift Challenge”, observa o economista.

Segundo ele, há países pensando em sistemas de pagamento por atacado ou mesmo de pagamento instantâneo, os quais o Brasil já domina. “O real digital tem que ir além das soluções oferecidas para a população brasileira. As características de programabilidade e financas descentralizadas (DeFi) estão entre as mais interessantes que identificamos no cenário mundial e que queremos trazer para o Brasil”, afirma.

Durante o período de execução dos projetos no ambiente do Lift Challenge, que finaliza em 29 de julho de 2022, a autarquia poderá enxergar as barreiras que deverão ser enfrentadas para fazer com que os modelos de negócio, que aplicam programabilidade e Inteligência, vão ter que lidar em termos de especificação tecnológica e mudanças regulatórias, para que a plataforma de infraestrutura de CBCD seja construída.

O LIFT Challenge é uma edição especial Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas. Realizado pela Fenasbac, em parceria com o Banco Central do Brasil (BC), o desafio reúne participantes do mercado interessados em desenvolver um produto minimamente viável (MVP) que atenda ao foco da edição. Cada solução será desenvolvida para beneficiar o Sistema Financeiro Nacional e para trazer benefícios e inovações à sociedade brasileira.

Ao longo do processo todas as fases do projeto serão documentadas e será gerado um relatório final de forma a oferecer transparência para a população entender o modelo de negócio e como se encaixa com o real digital.

“Teremos uma publicação final com o artigo do BC falando da evolução do ecossistema e um artigo para cada projeto inscrito pelos participantes para que o público possam entender as novas tecnologias e modelos de negócio”, conclui.

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Redação DMI

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