Queda nos juros futuros pode forçar baixa da Selic, diz Campos Neto
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira,12, que os juros futuros apresentam uma “queda relevante” no Brasil e indicou, sem especificar o momento, que isso abre espaço para corte na taxa básica Selic à frente. Ele ressaltou, contudo, que o Banco Central precisa agir com “parcimônia” e que os juros não podem ser baixados de forma artificial, sob o risco de não se alcançar o resultado almejado.
Os agentes do mercado também têm reduzido os prêmios embutidos na curva de juros brasileira, na esteira dos dados mais recentes de inflação e do otimismo em torno do andamento do novo arcabouço fiscal no Congresso.
Copom
Os comentários do presidente do BC foram feitos em um evento do setor do varejo em São Paulo e aumentam as expectativas pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece na próxima semana.
Em sua fala, Campos Neto disse que o mercado tem reagido bem ao arcabouço fiscal do governo, com queda de juros futuros e câmbio “andando na direção certa”. Ele também pontuou que o país provavelmente terá deflação em junho, mas depois o indicador de preços deve subir, fazendo com que a inflação fique entre 4,5% e 5% em 2023
Ainda, o presidente do BC voltou a afirmar que os núcleos de inflação, que desconsideram preços mais voláteis, seguem elevados no Brasil e em outros países da região, destacando que são “a parte mais preocupante” do atual cenário.
“O núcleo de inflação subiu muito, mas está caindo muito lentamente, em especial na América Latina”, disse o presidente do BC. “Vemos lugares onde temos inflação de núcleo rodando ainda muito alto, como Chile e Brasil”, acrescentou.
(com agência G1)