Queda do PIB vai derrubar mercado de TI no Brasil e América Latina, prevê IDC
A consultoria IDC divulgou hoje, 29, previsão de que a queda do PIB no Brasil e na América Latina, em função da pandemia de Covid-19, terá reflexos adversos no setor de TI. Segundo a empresa, o Brasil será uma das economias mais afetadas na região, com queda de 5,5% no PIB, devido ao impacto sofrido pelos setores de manufatura.
Nos países vizinhos, também haverá retração. Tal cenário levará à diminuição de US$15 bilhões nas receitas do mercado latino-americano de TI em 2020.
Luciano Ramos, gerente de pesquisa da IDC Brasil, acredita que os impactos da covid-19 devem se estender até 2021. “A recuperação será relativamente rápida, mas os efeitos irão além de 2020, principalmente se a situação não se mostrar controlada nos próximos meses”, avalia.
América Latina
Alejandro Floreán, vice-presidente de consultoria e estratégia da IDC América Latina, explicou que cada país sentirá e reagirá de uma forma dependendo da curva de contágio, da progressão da doença, das ações adotadas por seus governos e do período de recuperação.
“Alguns especialistas consideram que o período de transmissão e contágio ainda deve durar entre seis e oito semanas até estagnar e começar a diminuir. Uma possível recuperação só deve começar entre o final de maio e o início de junho”, disse Floreán. Segundo ele, isso causará uma redução de 4 pontos percentuais no PIB da região, e as economias mais afetadas além do Brasil serão Argentina, com estimativa de queda de 6,5% no PIB, e México, com queda de 6%.
Diante desse cenário, a previsão da IDC para o mercado de TIC na América Latina em 2020, que antes da covid-19 era de crescimento de mais de 7% em relação a 2019, agora é de baixa de 4% ou mais.
Para onde correr
Conforme a consultoria, outro ponto que pode ajudar os provedores de TI é saber os períodos de recuperação de cada setor, em uma nova normalidade econômica, após a covid-19. Floreán acredita que o setor financeiro levará cerca de 8,5 semanas para retornar aos mesmos níveis de investimento que tinha em 2019, enquanto o setor público deve levar 19 semanas, após o controle da pandemia, para reinvestir.
Em curto e médio prazos, depois da experiência de home office, a demanda por ferramentas de comunicação unificada e softwares de colaboração deverá crescer, seguida de soluções de virtualização, serviços em nuvem, conectividade, big data, análise e segurança.
Floreán também aponta que o setor de telecom terá um crescimento saudável este ano, devido ao papel que desempenha na conectividade necessária para empresas e pessoas viabilizarem negócios e manterem a economia em pé, e que as oportunidades de crescimento permanecerão no pós-covid-19.