Qualcomm prevê uso de espectro de até 114 GHz na 5G
Aplicações industriais, redes automotivas, transporte autônomo, acesso integrado ao backhaul e novas faixas de frequência milimétricas de até 114 GHz estão entre as iniciativas da Qualcomm para a tecnologia 5G apresentadas durante encontro sobre o futuro da tecnologia realizado nesta semana em sua sede, na cidade de San Diego (EUA).
No evento, que reúne jornalistas e analistas de mercado de diversos países, a empresa explicou que se concentrou nos últimos dois anos em criar padrões e chips para tecnologia 5G em smartphones, aplicações industriais de precisão, e soluções integradas de software, hardware e IP. Sua estratégia é ampliar a oferta de produtos de forma que o cliente interessado em criar sua plataforma 5G possa adquirir tudo de um único fornecedor.
“Foram mais de 30 anos de trabalho para chegar onde estamos hoje. Apesar de sermos uma empresa de propriedade intelectual, o que nos tem mantido na liderança é ser capaz de montar as demos de sistemas, ouvindo todas as partes envolvidas, e provar aos clientes que funcionam”, explica Jim Thompson, VP de engenharia da Qualcomm.
Segundo ele, a rede 5G não se limita aos smartphones e internet de alta velocidade, mas aos inúmeros aplicativos que podem tirar proveito de uma rede rápida, confiável e de baixa latência. A estimativa da Qualcomm é que a economia global ativada pela tecnologia nas áreas de indústria, transportes, construção civil, utilities e mineração chegue a US$ 5 trilhões, em 2035.
De acordo com a empresa, mais de 150 dispositivos 5G foram lançados em 2019 e outros ainda estão em fase de desenvolvimento. Para o próximo ano, a expectativa é a expansão eMBB (aprimoramento da banda larga móvel) que permitirá a conexão de todos os artefatos (PCs, FWA – Fixed Wireless Access entre outros) e, em um futuro próximo o IoT industrial, redes automotivas privadas e espectros sem licença.
Requisitos para IoT
Conforme executivos da Qualcomm, projetar a tecnologia 5G para atender os requisitos da indústria de IoT exige redes dedicadas e confiáveis otimizadas para serviços locais, conectividade sem fio escalável em uma plataforma preparada para o futuro, recursos para novos casos de rede de internet industrial sem fio e redes privadas 5G. “A solução NR-U 5G suporta espectros licenciados, compartilhados e sem licença, além de comunicação de baixa frequência ultra confiável”, diz o executivo.
Existem uma série de projetos no escopo 3GPP 16 como IoT industrial, redes privadas, posicionamento, celular-V2X, transmissão, aprimoramentos na banda larga móvel e evolução do mmWave. Para especialistas o espectro licenciado é essencial para a comunicação celular e continuará na era 5G, especialmente para os serviços tradicionais de banda larga móvel. O NR-U aprovado pelo 3GPP suporta a banda não licenciada de 5GHz existente, bem como a nova não licenciada greenfield.
Considerada a plataforma de inovação para serviços atuais e futuros, a tecnologia 5G teve início de fato nos anos 90. “Em 1993, lançamos o primeiro demo de internet sem fio com CDMA, enquanto as outras empresas adicionavam dados ao 2G. Em 2013, criamos o sistema LTE coexistente com o WiFi. Quatro anos depois fizemos o primeiro demo do novo radio 5G no mundo”, explica Durga Malladi, VP de Engenharia.
mmWave
Além das apresentações realizadas pelos principais executivos da empresa, foram feitas 10 demonstrações das principais soluções e cases sobre a tecnologia 5G. Um deles envolve a rede de teste de ponto de acesso externo OTA 5G NR mmWave, que opera na faixa de 28GHz. Esse sistema de ponta inclui a rede principal de 5G, os dispositivos de teste móveis mmWave e mobilidade. Enquanto os sistemas de simulação interno 5G NR traz novas oportunidades de implantação interna com capacidade, conectividade de vários gigabits e baixa latência.
Em um mundo onde tudo e todos estão virtualmente conectados de forma inteligente é mandatório a velocidade no tráfego de dados, baixa latência para interatividade em tempo real, performance para capacidade de dados ilimitados e novas formas de interagir com as redes e o ambiente. “Nossas invenções em nível de sistema alimentam a indústria móvel. Até agora já investimos mais de US$ 50 bilhões em P&D”, afirma Rahul Patel, VP de conectividade da Qualcomm.
Na opinião de Patel, o uso de dados prevê mudanças significativas, nos próximos anos. De 2017 a 2022, o tráfego global de dados aumentará sete vezes, enquanto o tráfego de vídeo, que representa hoje 50%, responderá por 4/5 até 2022 e 70% de todo o tráfego IP será móvel.Segundo ele, mais de 4 bilhões de chips WiFi foram lançados pela fabricante, desde 2015. Só em 2019 a empresa trouxe ao mercado a primeira solução de WiFi 6 e a primeira rede Wi-Fi 6 8×8.