Prosegur investe em cofre inteligente para saques via PIX

De olho nos avanços tecnológicos do sistema financeiro, Prosegur lança cofre inteligente que permite Saque Pix. Empresa instala em São Paulo primeiro criptobunker do país.
Prosegur: inovação para conectar o físico ao digital
Gil Hipólito, diretor de inovação da Prosegur Cash | Foto: divugalção

Conhecida pelas soluções para logística de valores e gestão de numerário, a Prosegur investe em tecnologia para fazer uma ponte entre o mundo financeiro físico e o digital.

“Os modelos de negócio para quem atua, como nós, com meios de pagamento tendem a ser híbridos. É muito difícil sustentar um modelo puramente digital quando se interage com o consumidor final que, de alguma forma, ainda demanda o dinheiro físico”, conta Gil Hipólito, diretor de Inovação da Prosegur Cash.

Lançada há dois meses, uma solução da Prosegur faz essa conexão, ao permitir que qualquer pessoa com uma chave Pix cadastrada faça saque de dinheiro em espécie nos chamados cofres inteligentes instalados em comércios. Batizada de Cash Today Saque, a solução também se relaciona com o core business da empresa, que é fazer a segurança do dinheiro físico.

Os chamados cofres inteligentes da Prosegur já são utilizados pelo varejo há algum tempo. Esses equipamentos são instalados nas lojas e todo o dinheiro em espécie é depositado ali ao longo do dia. Instantaneamente, o sistema do cofre identifica, por exemplo, se há cédulas falsas, além de confirmar os depósitos e os valores.

No mesmo dia, a Prosegur deposita os valores nas contas dos varejistas por meio de bancos parceiros. A empresa tem também uma conta digital que o cliente pode optar por utilizar.

“Depois que o pagamento foi recebido e depositado no cofre, o varejista e seus funcionários não colocam mais a mão no dinheiro. Isso faz com que a gente não precise coletar o dinheiro no mesmo dia, mas o varejista recebe o montante das vendas. É algo que traz mais segurança e costumamos dizer que esse já é um processo de transformação do dinheiro físico em digital dentro da própria loja”, diz Hipólito.

Agora, os cofres inteligentes ganharam a função saque. Batizada de Cash Today Saque, a solução permite que o dinheiro que o varejista deposita no cofre possa ser imediatamente sacado pelos clientes que visitam o seu comércio. “Isso reduz a necessidade de coleta do numerário, a diminuição do abastecimento de um caixa eletrônico, otimizando o fluxo do dinheiro”, explica o executivo da Prosegur.

O Pix Saque é uma modalidade regulamentada pelo Banco Central (BC) e permite a retirada de até R$ 3 mil durante o dia e R$ 1 mil à noite. Para realizar a transação, a Prosegur tem parceria com instituições financeiras autorizadas a atuar como facilitadoras do serviço de saque. Os equipamentos instalados pela empresa também permitem que os varejistas utilizem a funcionalidade para fazer troco via Pix, algo que também já é regularizado pelo BC.

“Hoje há R$ 330 bilhões em espécie circulando. Ou seja, o dinheiro físico ainda continua tendo uma relevância como meio de pagamento, principalmente se considerarmos as diferenças sociais, geográficas, o tamanho dos municípios, o acesso das pessoas à tecnologia e até questões de conveniência e hábitos. Há uma queda na utilização do dinheiro físico, mas ela é gradual. Portanto, ainda é necessário desenvolver soluções que façam essa conexão entre o físico e o digital”, acredita Hipólito.

Bunker para criptoativos

Outro lançamento da Prosegur é a oferta de custódia de criptoativos em cadeia fria, isto é, uma solução tecnológica em que as chaves de criptoativos são mantidas em dispositivos desconectados das redes de blockchain.

Para isso, a empresa instalou, em São Paulo, seu primeiro criptobunker para atendimento a clientes da América Latina. De acordo com o executivo, o sistema conta com mais de 100 medidas de proteção em seis camadas integradas de segurança na cadeia de custódia dos ativos digitais.

“Utilizamos uma tecnologia que reúne um conjunto de fatores relacionados a software e hardware. Além disso, oferecemos para esses dispositivos a mesma estrutura física de segurança dispensada para o numerário”, explica Hipólito.

O criptobunker em São Paulo é o primeiro que a empresa instala fora da Europa e, segundo o executivo, ele é voltado para instituições financeiras, operadoras de criptoativos, fundos de investimentos, family offices e demais instituições com volume relevante desses ativos.

“No Brasil, já existiam tecnologias que permitem que o próprio cliente faça a custódia fria de criptoativos. Mas, nesse formato de uma solução mais robusta, para o armazenamento de grandes volumes de criptoativos, ainda não havia algo similar. A adoção de um outro modelo é uma decisão de negócio que o cliente precisa avaliar”, completa Hipólito.

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Simone Costa

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