Projeto de lançador de satélites pode contribuir para setor de telecom no futuro

Desenvolvimento conta com recurso da Finep e faz parte da estratégia nacional para desenvolver a autonomia brasileira no acesso ao espaço.
Projeto de lançador de satélites de pequeno porte no Brasil pode atender setor de telecom no futuro
MCTI assinou contratos de inovação, entre eles, o de veículo lançador de satélites de pequeno porte | Foto: Freepik

Consórcio liderado pela AKAER prepara a criação de um veículo lançador de pequeno porte, voltado para nano e microssatélites. Este é um dos projetos selecionados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para o setor aeroespacial, que tem como objetivo principal desenvolver a autonomia tecnológica brasileira no acesso ao espaço.

Ao Tele.Síntese, a empresa afirmou que o desenvolvimento deve levar três anos. Ao fim desse prazo, o modelo deve contribuir para diversas aplicações, inclusive, em um segundo momento, para serviços de telecomunicações.

O projeto conta com o aporte de R$ 185 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), na categoria não reembolsável. O desenvolvimento inclui as empresas como ACRUX Aerospace, BRENG e EMSISTI, além da parceria com universidades e instituições de pesquisa nacionais e o acompanhamento da Agência Espacial Brasileira (AEB).

O projeto

De acordo com a AKAER, A previsão é de que o futuro protótipo de lançador de satélites tenha capacidade para transportar, no mínimo, 5kg de carga-útil na órbita equatorial, com a realização das operações de lançamento a partir do território brasileiro.

O veículo lançador é baseado no foguete MONTENEGRO MKI, que conforme a empresa ACRUX, vem sendo desenhado ao longo dos últimos 10 anos, e se baseia na utilização de motores e tecnologias semelhantes ao consagrado veículo de sondagem VSB-30, que integrou o programa de experimentos em microgravidade da AEB e já testado no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).

O MCTI destaca que 90% do veículo será fabricado no Maranhão, contribuindo para a formação de um novo polo tecnológico na região e fortalecendo o CLA.

Estratégia

Ao todo, o MCTI assinou cinco contratos de projetos de inovação na última semana. Dois grupos são responsáveis por veículos lançadores de satélites. Além do consórcio liderado pela AKAER, o segundo é formado pelas empresas CENIC, Concert Technologies, PlasmaHub, ETSYS e Delsis, e contam com R$ 189 milhões.

Na solenidade de assinatura, o diretor de Gestão de Portfólio da AEB, Rodrigo Leonardi, ressaltou a estratégia brasileira. “Iremos promover a autonomia do país, principalmente na tecnologia e acesso ao espaço, permitindo que no futuro o Brasil integre o seleto grupo de nações que tem acesso ao espaço, e também, obviamente é um fortalecimento da nossa indústria nacional para o desenvolvimento dos sistemas espaciais de que a nação tanto necessita”, disse.

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura de telecom nos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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