Pressão do consumidor vai estabelecer nível de adoção da edge computing, diz diretor da Odata
O que vai definir o futuro da edge computing são as ações do consumidor, avalia Victor Sellmer, diretor de marketing e vendas da Odata. Em conversa com o Tele.Síntese na sede da empresa de data centers, em Santana do Parnaíba (SP), o executivo falou sobre o potencial da relação do público com as companhias.
Temos maturidades diferentes sobre edge computing na América Latina, em comparação com o que vemos na Europa e nos EUA, segundo o executivo da Odata. Em janeiro, a companhia recebeu recebeu R$ 165 milhões em rodada de investimentos da IFC, que mobilizou dois novos investidores, o Itaú BBA e o SMBC (Sumitomo Mitsui Banking Corporation).
“Dependemos de muito investimento e de energia, e há aqui uma densidade demográfica muito grande. O que vai acontecer é que os consumidores vão começar a pressionar as grandes marcas por uma experiência do que vão poder ter, seja nos games, ou nas áreas de educação e saúde. Então essa pressão fará com que as marcas pressionem por investimento público e privado para daí a gente conseguir estabelecer edge computing”, falou Sellmer.
Ele não vê uma curva de ascensão crescendo tão rápido como observa em outros países. “Com a OData estamos presentes em vários países da América Latina – Brasil, Colômbia, Chile e México -, e percebemos que, de forma geral, o Brasil está bem avançado em relação a estes outros países. Mas em questão de investimentos do governo, estamos atrasados 5 ou 6 anos em relação a outros países mais desenvolvidos. Então tem que haver atrativos para que a gente consiga que a adoção do edge vire uma realidade”, disse.
E tem uma previsão. “Vejo isso como possibilidade de acontecer mais a médio e longo prazo. Não é daqui a 6 meses ou 1 ano que se vai resolver essa questão. isso vai levar uns 3 ou 4 anos”, completou.
Fora do nicho
Sellmer falou também sobre a expectativa do setor para a chegada do 5G. “A nova tecnologia vai alterar muito a questão do consumo de dados, e o tráfego. Assim que o 5G sair do nicho e partir para o mainstream, ficar mais acessível e passar a ser consumido em larga escala a gente vai precisar de uma retaguarda, e isso, no final das contas, será capturado pelos data centers”, apontou.
Mas ele acha que isso ainda vai demorar para acontecer. “Não vejo isso em curtíssimo prazo, mas a questão de acessibilidade realmente vai fazer com que a gente tenha um aquecimento no mercado de data centers.”