Porcentual de casas com telefone fixo caiu de 32,6% para 9,5% nos últimos 7 anos

Dados da Pnad Contínua, do IBGE, mostram que no mesmo período em que caiu a presença do telefone fixo, o celular passou de 93,1% para 96,7% nas casas

Em 7 anos, cai de 32,6% para 9,5% casas com telefone fixo

Mais uma pesquisa, desta vez do IBGE, demonstra o crescente desinteresse do brasileiro por voz fixa. No ano passado, apenas 9,5% das casas tinham telefone no país. O índice era de 32,6% em 2016. No mesmo período, 96,7% dos domicílios tinham telefone celular, ante 93,1% em 2016.

Os dados são do Módulo de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) da Pnad Contínua, divulgados nesta sexta-feira, 16 de agosto, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No ano passado, ainda havia 2,8% dos domicílios particulares permanentes do país sem nenhum tipo de aparelho de telefonia. O índice é maior no Nordeste (5,2%) e Norte (3,8%), enquanto nas demais regiões não ultrapassou 2,0%.

Rede móvel

Com a diminuição do uso do telefone fixo, é interessante observar a oferta da rede móvel celular no país. De acordo com a Pnad Contínua, no ano passado, a rede móvel estava funcionando para internet ou telefone em 91,9% dos municípios, no total. Nas áreas urbanas, o percentual chegou a 95,3%, enquanto nas rurais, 67,4%.

Acesso à internet

Houve um avanço de 2,9 pontos percentuais (p.p.) no número de residências rurais com acesso à internet. O índice passou de 78,1% para 81%. No mesmo período, o percentual de casas nas cidades com acesso à internet passou de 93,5% para 94%.

No geral, o levantamento do IBGE mostra que, considerando as áreas rurais e urbanas, houve um aumento de 1,0 p.p. das residências conectadas, chegando a 92,5%. Esse avanço vem desacelerando porque o país se aproxima da universalização do acesso à internet nos domicílios, segundo o IBGE.

Os dados apontam ainda para uma expansão maior nas áreas rurais, com uma redução de 40 p.p de diferença em relação às áreas urbanas entre 2016 e 2023. Já entre 2022 e 2023, a diferença caiu 13,1 p.p..

Banda larga

O módulo da PNAD Contínua apresenta também as variações do uso de banda larga fixa e móvel no país. Entre 2022 e 2023, a utilização da banda larga móvel passou de 81,2% para 83,3% das residências. Ao mesmo tempo, o uso da banda larga fixa se manteve estável, aumentando apenas de 86,4% para 86,8% no período.

No país, 99,9% das residências possuem algum tipo de banda larga. No mapa abaixo, elaborado pelo IBGE, é possível checar os dados gerais, por tipo de banda larga e por região.

Banda larga

Domicílios desconectados

Apesar de estar próximo da universalização do serviço de internet, o país ainda contava com 5,9% de domicílios sem acesso à rede.

A pesquisa do IBGE apontou quais os três principais motivos para não haver conexão nessas casas: nenhum morador sabia usar a Internet (33,2%), serviço de acesso à Internet caro (30,0%) e falta de necessidade em acessar a Internet (23,4%).

Sinal de TV aberta cai

De acordo com o IBGE, estima-se que 65 milhões de domicílios tenham recepção de sinal analógico ou digital de televisão aberta por meio de antena convencional. O número representa 88% das residências brasileiras e mostra uma queda da recepção de sinal em relação a 2022, quando o índice chegava a 91,6% das casas.

“Apesar da redução na recepção do sinal de TV aberta, não percebemos um aumento no uso dos serviços complementares ou concorrentes, como streaming e TV por assinatura, cujas taxas também se reduziram”, destaca Leonardo Quesada, analista da pesquisa.

Para se ter uma ideia, de acordo com a PNAD Contínua, 25,2% dos domicílios tinham acesso a serviço de televisão por assinatura em 2023, 2,5 p.p a menos que em 2022.

Quanto ao streaming, dos 73,9 milhões de casas com TV no país, 31,1 milhões tinham acesso a esse serviço pago em 2023, número semelhante ao ano anterior, mas que apresentou uma queda de 43,4% para 42,1%.

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Simone Costa

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