PIB nacional recua 0,2% no 1ºtri; o de serviços avança
O Produto Interno Bruto (PIB) nacional recuou 0,2% no primeiro trimestre de 2019, frente ao quarto trimestre de 2018. Foi o primeiro resultado negativo nesse tipo de comparação desde o quarto trimestre de 2016 (-0,6%) e foi puxado, em grande parte, pelos recuos da indústria (-0,7%) e agropecuária (-0,5%). Serviços avançaram 0,2%. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira, 30, pelo IBGE.
Os serviços de informação e comunicação tiveram alta de 0,3% no trimestre. Mas a forte queda na indústria extrativa (-6,3%) teve um grande peso no resultado. “O incidente de Brumadinho e o consequente estado de alerta de outros sítios de mineração afetaram todo o setor industrial”, explica a gerente de Contas Trimestrais do IBGE, Claudia Dionísio.
Já as indústrias de transformação (-0,5%) e da construção (-2,0%) afetaram negativamente os serviços. Dois grupos de atividades de peso no setor ficaram negativos: comércio (-0,1%) e transportes e armazenagem (-0,6%). “Essas atividades dependem em grande parte da produção industrial e refletem sua performance no trimestre, que foi negativa para todas as categorias econômicas”, comenta Claudia. A agropecuária também teve variação negativa no período (-0,5%). Safras importantes no primeiro trimestre provocaram recuos na estimativa de produção anual, como soja (-4,4%) e arroz (-10,6%), enquanto o milho e a pecuária bovina tiveram resultados positivos.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2018, pelo lado das despesas, todos os componentes da demanda interna tiveram crescimento. O consumo das famílias aumentou 1,3%, principalmente pela melhoria do crédito ao consumidor e da massa salarial no período. Também cresceram a Formação Bruta de Capital Fixo (0,9%) e as despesas de consumo do governo (0,1%). No setor externo, as exportações cresceram 1%, enquanto as importações caíram 2,5%.
Já na comparação com o quarto trimestre de 2018, a Formação Bruta de Capital Fixo (-1,7%) e as exportações (-1,9%) tiveram recuos no trimestre, enquanto foram registrados resultados positivos no consumo das famílias (0,3%), no consumo do governo (0,4%) e nas importações (0,5%).
“O consumo das famílias foi o pilar que sustentou o indicador no período. Poderia estar melhor, mas ainda temos uma taxa de desocupação alta e uma inflação que, mesmo controlada, ainda está num patamar mais alto”, conclui Claudia.(Com assessoria de imprensa)
