Pela 4ª vez bancos elevam projeção de alta do crédito

Alta do crédito foi liderada pela carteira com recursos livres, que passou de alta de 11,8%, em maio, para 13,1% em junho, segundo a Febraban.
Pela 4ª vez bancos elevam projeção de alta do crédito - Crédito: Freepik
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Com o desempenho mais forte que o esperado do mercado de crédito e melhoria da atividade econômica, a projeção de crescimento da carteira total para este ano ficou em 10,4%, revela a última edição da Pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas.

A melhora na estimativa das projeções da carteira de crédito para 2022 ocorre pela quarta vez neste ano. Em maio, o levantamento captou alta esperada de 9,7%. O resultado, no entanto, ficou abaixo da projeção do Banco Central, de avanço de 11,9%, divulgada no último Relatório de Inflação, de junho, o que sugere que as projeções para o segmento seguem com viés de alta.

De acordo com a pesquisa, a revisão foi liderada pela carteira com recursos livres, cuja projeção passou de alta de 11,8%, em maio, para 13,1%, se mantendo como o segmento de maior dinamismo. Houve melhora da perspectiva tanto na carteira Pessoa Física, de 12,3% para 13,5%; quanto na de Pessoa Jurídica, de 11,8% para 12,4%.

Por outro lado, a projeção da carteira com recursos direcionados foi revisada para baixo, de 7,6% para 7,1%. O resultado foi puxado pela revisão baixista da carteira Pessoa Jurídica, de alta de 2,5% para 1,9%, ainda que contrabalanceada pela revisão positiva da carteira Pessoa Física, cuja expectativa avançou de 9,6% para 10,8%.

Para 2023, a média das projeções para a expansão da carteira total também avançou (de alta de 6,3% para 7,0%). A revisão positiva foi generalizada, com alta tanto na carteira com recursos livres (de 7,7% para 8,7%) quanto na carteira direcionada (de 4,7% para 4,9%).

Inadimplência

A pesquisa também registrou piora na expectativa para a taxa de inadimplência da carteira livre deste ano, que saiu de 3,8% na pesquisa de maio, para os atuais 4,0%. No entanto, este resultado não revela ainda um cenário de preocupação entre os entrevistados. A perspectiva não é de grande deterioração, com a taxa mantendo-se próxima ao patamar pré-pandemia (3,8% em fevereiro de 2020). Para o ano que vem, a expectativa ficou estável em 4,1%.

PIB

Em relação ao desempenho esperado do PIB em 2022, o levantamento revela que a melhora nos indicadores correntes da atividade econômica no primeiro semestre contribuiu para a elevação das projeções. A maioria (57,1%) dos participantes prevê crescimento entre 1,0% e 1,5% no ano, enquanto 38,1% esperam expansão superior a 1,5%. Na pesquisa anterior (de maio), 58,8% esperavam crescimento de até 1,0%.

Selic

De acordo com a pesquisa, a grande maioria dos participantes (81%) entendeu como adequada a sinalização do Copom de um novo ajuste (em igual ou menor magnitude) da Selic na reunião de agosto, fato que eleva as chances de convergência da inflação em horizonte relevante.

A mediana das projeções prevê aumento de 0,50 ponto percentual da taxa Selic na reunião de agosto, para 13,75% ao ano, quando se encerraria o atual ciclo de alta e a taxa ficaria estável neste patamar nas próximas reuniões.

Devido à indicação do Colegiado de que os juros permanecerão altos por um período prolongado, a maioria (61,9%) dos participantes espera que o início da flexibilização monetária ocorra apenas no 2º trimestre de 2023. Já os demais (38,1%) esperam que a Selic comece a cair ainda mais tarde, apenas a partir do 3º trimestre do ano que vem.

Câmbio e economia americana

Segundo a pesquisa, para o câmbio, a expectativa é de que permaneça na faixa de R$/US$ 5,15 a 5,20 até o início do próximo ano.

Em relação à economia dos EUA, por enquanto, os participantes não apostam em um cenário de contração intensa. Para a maioria (66,7%), a economia deve desacelerar (soft lending), sendo possível que haja uma recessão técnica (2 trimestres de queda), mas sem grandes sobressaltos.

Pesquisa

A Pesquisa Febraban é feita a cada 45 dias, logo após a divulgação da Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O atual levantamento reuniu as percepções de 21 bancos, entre 22 e 28 de junho, sobre a última Ata e sobre as projeções para o desempenho das carteiras de crédito para o ano corrente e o próximo.

(com assessoria)

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Redação DMI

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