Pec do Senado afeta mercado e dólar fecha a R$5,32
Sexta-feira nervosa no mercado financeiro. A preocupação dos investidores com o desequilíbrio das contas públicas no Brasil, depois da aprovação pelo Senado da PEC que libera R$ 41 bilhões em gastos a pouco mais de três meses das eleições. A PEC segue agora para a Câmara dos Deputados. Se aprovada pelos deputados, seu impacto nos cofres públicos pode chegar a R$ 41,2 bilhões.
Esse valor não precisará observar o teto de gastos, a regra de ouro ou os dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal que exigem compensação por aumento de despesa e renúncia de receita.
Uma possível recessão global também pressionou mercado, influenciando no câmbio e na Bolsa neste 1º de julho. A divulgação da queda nos índices que medem a atividade econômica da zona do euro acrescida da inflação no bloco que bateu 8,6%, por um lado, e a percepção do mercado norte-americano que a recessão pode estar mais próxima, trouxeram mais nervosismo ao mercado.
O Ibovespa, principal índice de ações da B3, também foi afetado pelas questões fiscais e com o cenário externo. No início da tarde, o índice recuava 0,22%, aos 98.829 pontos, depois de ter atingido 97.231,18 pontos na mínima do dia. No fechamento do dia, a bolsa recuperou perdas e fechou em alta de 0,42%, aos 98.953 pontos.
O Ibovespa acumula uma sequência de perdas neste ano. Das 91 ações que compõem o principal índice de ações da bolsa de valores de São Paulo, a B3, 55 registram baixa no acumulado no ano, segundo levantamento da Economatica. Junho teve a pior queda mensal (11,5%) desde março de 2020, quando a pandemia começou. No ano, a perda é 5,99%.
A cotação do dólar chegou a bater R$ 5,3382 (alta de 1,98%) no mercado à vista, o maior valor desde 4 de fevereiro. A moeda norte-americana fechou cotada a R$ 5,32. No ano, o dólar acumulou alta de 10,13% em junho, embora ainda registre desvalorização de 6,14% frente ao real.
(com agências)