Para Reino Unido, é possível administrar risco de ter Huawei em redes 5G
A inteligência britânica concluiu que é possível mitigar os riscos de usar equipamentos Huawei em redes 5G no país. Conforme o jornal local Financial Times, o Centro de Ciber Segurança identificou diversas maneiras de contornar potenciais práticas nocivas por parte da empresa chinesa.
A Huawei vem sendo acusada pelos Estados Unidos de facilitar, através de seus equipamentos, a espionagem de economias ocidentais por parte do governo da China. A empresa nega e diz que nunca foram divulgados provas o indícios das acusações.
A posição do time de inteligência cibernética do Reino Unido pode se tornar uma derrota para os EUA, que tentam convencer países europeus a banir a fabricante chinesa de seus mercados para redes futuras.
Segundo fontes ouvidas pelo Financial Times, autoridades norte-americanas não têm, de fato, mostrado provas dos riscos de se usar tecnologia chinesa nas redes de telecomunicações. O que elas têm feito é defender que a 5G será muito rápida e, por isso, terá várias aplicações militares, que poderão estar sob risco caso os dispositivos venham de um fornecedor não confiável.
Posição das operadoras europeias
A percepção da agência de inteligência britânica não é muito diferente daquela defendida pelas operadoras de telecomunicações. Na semana passada, a GSMA emitiu um posicionamento no qual defende a liberdade de escolha por parte das teles para determinar quais fornecedores contratar para implantar redes 5G.
A GSMA, entidade que reúne as operadoras móveis, defende que é possível estabelecer práticas para mitigar riscos, em diversos níveis das redes. Diz que as companhias têm times extenso que trabalham com segurança e que testam exaustivamente os aparelhos em busca de falhas e a fim de garantir a integridade da tecnologia.
“As operadoras móveis, bem como algumas agências de segurança governamentais testaram meticulosamente a infraestrutura de rede móvel por anos e nunca descobriram qualquer evidência de ilicitude”, diz a organização. A solução para riscos de segurança, afirma a GSMA, vem da exigência de certificações e requisitos de segurança.
Para a entidade, é preciso garantir que haja competição entre as fabricantes para haver inovação. “Limitar ou atrasar a implementação da 5G ou exigir mudanças nas redes 4G existentes, fará com que consumidores e empresas europeias fiquem para trás, uma vez que o investimento e a inovação vai migrar para os países onde a 5G está acontecendo primeiro e com maior rapidez”, acrescenta.
Por fim, a GSMA recomenda, para acabar com essa sanha pelo banimento de concorrentes mercadológicos, que laboratórios reconhecidos pelos governos façam testes e que se orientem por critérios estabelecidos pelas operadoras em parceria com organismos de padronização técnica.