Para presidente da Anatel, melhor parceiro da Oi seria um operador

Dois fundos de investimentos e a operadora egípcia (aliada a uma parte dos bondholders) deverão oferecer proposta firme à Oi.

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O presidente da Anatel, Juarez Quadros, disse hoje, 1, que já recebeu e continuará a receber todos os grupos que se dizem interessados na Oi, mas que, na agência, eles não apresentam quais seriam as propostas ou seus planos de negócios, porque não é o papel da Anatel ouvir essas questões. “Eles não falam e nós não perguntamos”, afirmou

Quadros confirmou que três grupos o procuraram: o do egípcio  Naguib Sawiris, que trouxe em seu portfólio, além da empresa de seu país, as operações na Itália; o fundo de investimento  Cerberus Capital Management, que no Brasil é representado pela RK Partner (do ex-presidente da Brasil Telecom, Ricardo K.), e o fundo Elliot.

Para o presidente, o melhor para a Oi seria uma parceria com alguém “experiente no ramo”, ao invés de ser apenas fundos financeiros. “é importante que haja uma parceria com alguém experiente no ramo, uma vez que esse é um dos problemas do grupo. O grupo desde a sua origem tinha controladores voltados para os interesses financeiros, enquanto as outras empresas contaram com operadores”.

De qualquer forma, a atuação do egípcio Naguib Sawiris impressionou bastante o governo. Na comitiva dos seus representantes que estiveram no Brasil (entre eles o conhecido empresário brasileiro  Najis Nahas) os interlocutores (que contavam também com os representantes de uma fatia dos bondholders) demonstraram já conhecer a fundo a Oi, sua rede e seus problemas. O grupo prometeu ao governo que ainda este mês fará uma proposta para a operadora brasileira, que implicará, certamente, em diluição dos atuais acionistas para o ingresso do novo grupo.

Mediação

Quadros disse ainda que a negociação da Anatel sobre as multas da Oi no âmbito da Recuperação Judicial irão depender de manifestação prévia da AGU.  “A negociação na RJ depende de balizamento da própria AGU. Negociar sim, mas em que bases, em que condições? Esses balizamentos deverão ser dados pela AGU”, disse o conselheiro. Segundo ele, o que será feito não foi decidido.

Ele observou, por exemplo, que os TACs da Anatel só permitem projetos de até 4 anos e pergunta: “Esses prazos seriam interessantes na tratativa de negociação das multas na RJ?”

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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