Para a Ericsson, o slicing e o FWA corporativo vão monetizar o 5G

Segundo o CEO para o Brasil, Rodrigo Dienstmann, uma das qualidades do 5G SA (Stand Alone), já começa a mostrar casos de uso, que estão, de fato, permitindo a ampliação da oferta de serviços das operadoras.

Rodrigo Dienstmann, Ericsson Brasil

Barcelona – O clamor das operadoras de celular para conseguir ampliar sua oferta de serviços e assim monetizar os investimentos feitos no 5G já começa a ser atendido, afirma  Rodrigo Dienstmann, CEO para a Ericsson no Brasil,  Argentina, Chile, Peru e Uruguai. Segundo ele, o slicing (ou fatiamento) de rede, uma das qualidades do 5G SA (Stand Alone), já começa a mostrar casos de uso, que estão, de fato, permitindo a ampliação da oferta de serviços das operadoras.

¨A grande diferença do 5G é o slicing. O 4G  é a  rede de melhor esforço e  única para todo mundo, com  uma classe de serviço para todo mundo . Ou seja, no  Ano Novo de Copacabana, o 4G não funciona para ninguém, seja pré-pago, pós pago ou polícia¨, brinca. Com o fatiamento, explica, a rede do celular passa a ter múltiplas personalidades, onde cada fatia dessa rede, ou o slice, terá um desempenho diferentes do outro. E, segundo ele, isso vai proporcionar novas receitas para os operadores de telecom seja em jogos, banking, segurança pública ou saúde.

E já há usos comerciais de algumas aplicações. No caso brasileiro, Dienstmann lembra a experiência lançada pela Vivo no festival de música The Town, onde a TV Globo reservou uma banda privativa para as transmissões ao vivo. Mas em outros países, como a Alemanha, produtos usando o salicing  já está automatizado e à venda. Essa é, inclusive, uma das aplicações que a fabricante sueca estava demonstrando em seu stand no Mobile World Congress.

O produto pode ser singelamente traduzido como ¨garantia de uplink¨ e está sendo usado pela Deutsche Telekom, em parceria com a Vonage (empresa adquirida pela Ericsson)  para oferecer banda garantida às emissoras de TV, influenciadores e jornalistas. ¨Uma pessoa quer fazer uma transmissão de vídeo ao vivo em uma esquina qualquer, e passa a ter banda garantida pelo tempo que quiser¨, explica ele. E isso vai acontecer para diferentes demandas, seja um drone que precisa resgatar um paciente, ou um hospital que precisa analisar um exame de emergência. ¨As redes programáveis usando slicing vão dar retorno para as operadoras¨, afirma

FWA

Outra tecnologia do 5G que promete rentabilizar os prestadores de serviço de telecom é o FWA corporativo, entende Dienstmann. Enquanto ele avalia que o FWA público vai ocupar o seu papel apenas em nichos de mercado que não tenha outra opção de conectividade, o FWA  corporativo será amplamente usado, inclusive nas grandes cidades

E o primeiro segmento a descobrir as suas vantagens é o bancário, afirmou. ¨ Ele vai ser o  main stream nos grandes centros¨ e aponta  o sistema financeiro como um dos grandes consumidores desta tecnologia. Isso porque explica, ao invés de ligar a agência bancária com fibra, o banco prefere utilizar essa tecnologia, porque traz mais segurança, já que o espectro é imune a corte da fibra.

A expectativa  de Rodrigo Dienstmann é que as operadoras brasileiras mantenha os mesmos níveis de investimentos, mas mais otimizados nos próximos anos. E afirma que a Ericsson continuará bem posicionada no mercado. Embora a empresa não divulgue os resultados regionalizado, o executivo disse que a fabricante cresceu no ano passado e que, de sua produção local, 40% foi exportada para demais países da América Latina.

 

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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