Pandemia impulsionou crescimento das foodtechs

Estudo da PwC, em parceria com a Liga Ventures, identificou o crescimento de 15,5% nas startups do setor de alimentos entre 2019 e 2021.
Pandemia impulsionou crescimento das foodtechs - Crédito: Freepik
Crédito: Freepik

Os investimentos em startups (foodtechs) ultrapassaram o valor de US$ 1 bilhão (R$ 4,6 bilhões) no Brasil entre 2010 e 2021. O dado vem do Foodtech Report 2022, um estudo elaborado pela gestora de investimentos Outcast Ventures em parceria com a plataforma de inovação aberta Distrito. Ao todo, foram 337 startups analisadas.

A pesquisa buscou um mapeamento do setor de foodtechs no Brasil, dividindo em sete categorias: superalimentos (99 empresas), entrega de alimentos (75), tecnologia de cozinha inteligente e restaurante (58), farm-to-table (da fazenda à mesa, 40), segurança alimentar e rastreabilidade (29), atendimento ao consumidor (19) e gerenciamento de resíduos (17).

Outro dado do estudo é internacional: mais de 10 mil novas foodtechs teriam surgido no mundo desde 2016, e o setor recebeu investimentos globais de cerca de US$ 68 bilhões (R$ 313 bilhões).

Um outro estudo, desta vez da PwC, em parceria com a Liga Ventures, identificou o crescimento de 15,5% nas startups entre 2019 e 2021, um resultado diretamente ligado à pandemia, quando o setor de alimentação foi impactado, com as pessoas trabalhando e ficando mais em casa.

O levantamento mostra que 76,69% das empresas do setor estão ativas e 23,11% inativas, ou seja, deixaram de atender aos critérios do monitoramento ou passaram por processos de IPO, foram compradas ou mudaram de segmento. As tecnologias utilizadas pelas startups que mais cresceram foram de e-commerce, data analytics, geolocalização e desenvolvimento de alimentos.

Crescimento regional

O relatório da PwC com a Liga Ventures mostra que, nos últimos três anos, os estados que tiveram maior crescimento no número de startups ativas no setor de alimentos foram Amazonas, Tocantins, Pernambuco, Paraná, Paraíba e Rio de Janeiro, respectivamente. Já São Paulo (48,74%), Santa Catarina (8,33%) e Minas Gerais (8,33%) são os locais onde há o maior número de startups no País.

Na região Norte, a categoria de Marketplace B2B é a principal do setor, no Nordeste é a de Marketplace de Alimentos e Delivery, no Centro-Oeste a Cadeia Agropecuária é a categoria dominante, já no Sudeste e no Sul o principal é o setor de Novos Alimentos e Bebidas.

No Sul e Sudeste, os mercados mais consolidados junto com a maior proximidade de centros de distribuição e matrizes de negócios acabam direcionando uma maior quantidade de startups para o mercado de novos alimentos e bebidas. Enquanto isso, o Centro-Oeste segue sua vocação para o Agro, com o crescimento das startups no segmento.

Ainda segundo o estudo da PwC, entre 2021 e 2022, cerca de 72,72% dos R$ 4,66 bilhões movimentados entre 46 investimentos e fusões e aquisições no setor foram direcionados para startups que atuam no varejo fundadas entre 2015 e 2019, principalmente na cidade de São Paulo, e utilizam tecnologias como inteligência artificial em suas soluções.

Durante o período de análise, as startups ativas tiveram um crescimento médio de 34,62% no número de funcionários, representando um total de 8.473 novas vagas abertas durante o período. Em 24,24% delas houve crescimento no número de funcionários superior a 50%. Atualmente, o setor emprega quase 26,5 mil pessoas.

O crescimento de 71,55% no número de funcionários das startups fundadas em 2020 pode ser explicado, principalmente, pelos investimentos relevantes feitos em algumas empresas. A pesquisa mostra ainda que a participação feminina no quadro de sócios e administradores das foodtechs chega a 35%.

(com assessoria)

Avatar photo

Redação DMI

Artigos: 1900