Orçamento limita Ceitec: “Precisamos de muito mais”, diz presidente

Augusto Cesar Gadelha afirma que entre os principais desafios da gestão no processo de reestruturação é recuperar clientes e investir em novos equipamentos.
Augusto Cesar Gadelha (segundo à direta), presidente do Ceitec, em painel do Futurecom | Foto: Tele.Síntese
Augusto Cesar Gadelha (segundo à direta), presidente do Ceitec, em painel do Futurecom | Foto: Tele.Síntese

O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025 prevê R$ 60,3 milhões para o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec). O número representa um aumento de 32% em relação ao que foi aprovado para este ano. No entanto, a avaliação do presidente da empresa, Augusto Cesar Gadelha, é de que o valor ainda é insuficiente. 

“Está bem aquém, nós precisamos de bem mais”, disse Gadelha, questionado sobre o montante pelo Tele.Síntese.

O futuro do Ceitec foi um dos temas discutidos em painel sobre semicondutores promovido pelo Futurecom, nesta quarta-feira, 9, em São Paulo (SP).  A análise de Gadelha é de que o desafio, além de orçamentário, também envolve a percepção do mercado. 

“Quando houve a decretação da liquidação do Ceitec, alguns clientes entraram em crise, porque tinham uma linha de produtos e, de repente, deixaram de ter o fornecedor do seu insumo, por exemplo, na área de identificação patrimonial. Então, tudo isso criou um estigma contra a política de governo, se é para valer ou não é.  Nós temos essa dificuldade, sim, de recuperar os antigos clientes“, contou Gadelha à reportagem.

No momento, o Ceitec passa por um processo de renovação dos equipamentos, que implica na importação. A produção segue compreendendo o design e o encapsulamento. 

Futuro

Um dos planos do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para o Ceitec seria atender a demanda de chips para paineis fotovoltaicos, veículos elétricos e híbridos, alinhado à estratégia de aproveitar o potencial nacional para insumos de transição energética. 

Para olhar para o futuro, o presidente do centro destaca o potencial que a empresa atingiu no passado.

“O Ceitec começou a fazer produção em 2012. Enquanto ‘viveu’ [antes da abertura do processo de liquidação], nós tivemos mais de 50 patentes e chegamos a ter quase 40% de todos os chips de identificação no país. Tínhamos o maior grupo de designers de semicondutores no Brasil, que geraram duas empresas estrangeiras que hoje atuam no país”, ressalta.

O caminho, para ele é “apoio e suporte contínuo”.

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura de telecom nos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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