Operadoras aumentaram seus investimentos em 4,8%
Investimentos no setor de telecomunicações do país cresceram 4,8% em relação a 2020, contabilizando R$ 25,5 bilhões, de janeiro a setembro deste ano. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 9, pela Conexis Brasil Digital, sindicato que representa as operadoras Claro, TIM, Vivo, Sercomtel e Algar. Nos últimos quatro anos, o crescimento médio das principais operadores foi 3,6%.
Os números traduzem um esforço do setor em meio à conjuntura econômica nacional desfavorável. Ao mesmo tempo em que aumentaram os investimentos, o segmento tem quedas sucessivas de receitas. Nos três trimestres de 2021, essa diminuição foi de 2,5% em relação ao mesmo período de 2020. “É um movimento que ocorre mundialmente no setor, que faz com que foquemos no aumento da produtividade para manter a rentabilidade dos negócios“, explicou Marcos Ferrari, presidente da Conexis.
Regras anacrônicas
Diante desse cenário, a Conexis pretende apresentar a Anatel e ao governo uma pauta “de preocupações” em relação à assimetria regulatória. As diferentes regras do RGC, segundo Ferrari, não fazem mais sentido. “Os contratos para os aplicativos são assinados com um clique, os nossos ainda são em papel”.
Outro ponto destacado pelo executivo da Conexis foi as mesmas condições de competição. Os players que também fizeram aportes no leilão 5G, parecidos com as das grandes empresas, devem ter as mesmas condições de competição. “Empresas que já têm musculatura para competir, têm que ter as mesmas regras das empresas consolidadas”, desabafou Ferrari.
“Pretendemos entregar esse documento para termos condições de igualdade de competição com os novos atores no mercado, tanto com serviços OTTs como também com novos entrantes que têm tratamento diferenciado”, observou o executivo da Conexis.
Investimento para o 5G
Em 2022, o carro-chefe dos investimentos será o 5G, “que precisa chegar às capitais de todo o país até o dia 31 de julho. Mesmo com a inflação crescente, os investimentos precisam aumentar em razão da implantação do 5G”, explicou Ferrari.
O presidente afirmou que, apesar da chegada do 5G em 2022, o Brasil terá uma “transição suave” de tecnologias. “O 4G continuará a se expandir no país. O 5G vai depender da evolução de outros setores produtivos, como agricultura, indústria, educação, medicina”, completou o presidente da Conexis.