Open banking vai estimular o surgimento de mais 700 fintechs no Brasil, prevê ABFintechs

O Brasil já tem hoje 720 startups dedicadas ao sistema financeiro. Com a instituição do Open Banking, cuja proposta está em consulta pública pelo Banco Central, Diego Perez, da ABFintechs, acredita que esse número vai dobrar.

O Open Banking, nova iniciativa regulatória do Banco Central que vai permitir ao cliente dos bancos negociar o seu cadastro com qualquer outra instituição financeira, e está em consulta pública, deverá impulsionar bastante o surgimento de Fintechs brasileiras. Para o presidente da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs), Diego Perez, assim que as novas regras forem aprovadas, o número de startups dedicadas ao sistema financeiro irá dobrar. Atualmente, existem 720 Fintechs no país, “e assim que o Open Banking vingar, surgirão outras 700”, prevê ele.

Este entusiasmo tem como base o rápido crescimento dessas empresas no mercado brasileiro. Eram 512 em 2017, e 694 no ano passado. O principal campo de atuação  é o do meio de pagamento, seguido pelo crédito e depois pelos bancos digitais. Há ainda, observou Perez, iniciativas em outras áreas como de investimentos, gestão financeira, blockchain e criptomoedas.

Conforme a pesquisa da PwC feita a pedido da Associação, essas ainda são empresas com pequeno faturamento. Segundo a pesquisa “Deep Dive” da consultoria, no ano passado 30% dessas Fintechs tiveram faturamento de até R$ 350 mil  e 12% delas registraram receitas brutas entre R$ 350 mil a R$ 1 milhão. Mas cresceu o número de empresas que faturaram entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões, passando de 16% em 2018 para 22% no ano passado. Com receita maior do que R$ 10 milhões, apenas 10%.

Na avaliação de Perez, a maior dificuldade dessas empresas é conseguir chegar nos clientes. “A plataforma móvel é o principal instrumento para as Fintechs chegarem a seus clientes”, afirma. E  é por isso que as Fintechs são  otimistas com o futuro, visto que se existem no país 60 milhões de pessoas desbancarazidas, todas, porém, têm um celular. “Depois dos smartphones, a segunda tecnologia que facilitou o surgimento das Fintechs foi a computação em nuvem, que permite que as empresas desenvolvam seus negócios sem precisar comprar equipamentos”, avalia.

Big Techs

Para Perez, a atuação das Big Techs (Google, Facebook e Apple, entre outras) no mercado financeiro é um caminho sem volta. “Essas gigantes nasceram numa época em a Internet era de comunicação. Hoje estamos na nova rede, com a Internet de valor.  E essas empresas já entendem o comportamento das pessoas e já têm a malhar necessária para se inserirem no mercado financeiro”, afirma.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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