Oi vai acelerar venda de imóveis, tirar o foco do DTH e comprar faixas de 700 MHz e 3,5 GHz

Segundo o COO, Rodrigo Abreu, a Oi também não tem pressa para que o leilão da 5G aconteça, mas continua o seu planejamento estratégico para a geração de caixa.

Futurecom – A Oi está com uma estratégia bem delineada para a geração de caixa e manter a sua previsão de investimento de R$ 7 bilhões. Segundo seu COO, Rodrigo Abreu, a empresa mantém-se otimista com a conclusão da venda de sua operadora angolana – a Unitel – até o final deste ano. Em paralelo a essa negociação, a Oi  pretende acelerar a venda dos ativos não estratégicos, e nessa lista Abreu inclui entre 500 e mil torres que ainda estão em  poder da concessionária, dezenas de data centeres e fibras apagadas que existem em duplicidade. Essas vendas deverão ocorrer em prazo de até seis meses, acredita.

Pretende também  dar início às vendas de seus oito mil imóveis. Segundo Abreu, a Oi começará a alienar os imóveis não produtivos, dos quais a empresa tem certeza de que não há risco de ser enquadrado como bem reversível à União. ” A nossa intenção é colocar à venda inicialmente as centenas de imóveis de mais alto valor”, afirmou ele. 

A expectativa de Abreu é que a Anatel acelere a anuência para a empresa alienar esses imóveis e o exemplo já existe, quando a agência autorizou, há poucos meses, a venda de um terreno da Sercomtel.  

 Outra fonte de receita que estava no plano estratégico anunciado e já confirmada, disse Abreu, é a utilização dos créditos de PIS-Cofins que somam R$ 3,1 bilhões, e que serão descontados no pagamento de impostos federais. Segundo o COO, esses créditos também já estão em início de contabilização.

5G

Abreu reforçou o posicionamento das demais grandes operadoras que entendem que o leilão da 5G pode ser adiado, até mesmo para 2021. “As operadoras estão no suspiro do retorno dos investimentos nas redes de 4G e 4,5 G e o ingresso da 5G não significa a substituição da 4G”, afirmou.

Mas disse que, independentemente da data do leilão, a Oi está se preparando para adquirir a frequência de 700 MHz e a de 3,5 GHz, a da 5G. No caso da frequências milimétricas, a frequència de 26 GHz, a Oi pretende ainda aguardar a modelagem do leilão para tomar uma decisão.

TV paga

Rodrigo Abreu afirmou também que não faz mais sentido para a Oi investir na TV paga via satélite, ou DTH, pois os custos são muito altos no subsídio do conversor. “Vamos investir no crescimento da IP TV, associada à banda larga residencial em fibra, inclusive oferecendo os serviços de OTT”, concluiu.

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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