Oi mantém prejuízo no 3º tri, mas melhora caixa
No 3T16, a receita líquida das operações brasileiras da Oi somou R$ 6,192 bilhões, queda anual de 5,0%. Segundo a empresa, essa queda foi motivada, assim como ocorre com as demais operadoras de celular, pelo corte da tarifa de interconexão (VU-M), o que faz cair também a tarifa de ligações fixo-móvel (VC). Houve também redução da base de clientes e queda nas recargas no pré-pago e na receita do B2B, que são segmentos mais sensíveis ao ambiente macroeconômico, ressalta. O prejuízo líquido foi de R$ 1 bilhão, praticamente o mesmo do mesmo período do ano passado e maior do que o do segundo semestre do ano.
O CEO da empresa, Marco Schroeder, avalia que esse resultado, o primeiro após o pedido de recuperação judicial, demonstra que não será necessária a intervenção da Anatel na empresa. “Nossos resultados mostram que a companhia está gerando caixa, realizando investimentos, apresentando melhorias nos indicadores de qualidade e que não está perdendo market share. Nesse cenário, não acreditamos que haja necessidade de intervenção na companhia, pois a Oi está demonstrando que sua operação é positiva, ou seja, não há nenhum elemento que indique algo que pudesse colocar em risco a prestação dos nossos serviços. A Oi é uma companhia que tem valor e tem futuro”, afirmou.
A Oi apresentou Ebitda de R$ 1,645 bilhão e margem de 25,7%. Fechou com caixa de R$ 7,14 bilhões, contra R$ 5,1 bilhões do trimestre anterior. A dívida líquida reduziu um pouco, para R$ 41, 18 bilhões, contra R$ 41,38 do segundo trimestre de 2016.
Os investimentos estão sendo feitos. A empresa registrou Capex de R$ 1 bilhão neste trimestre e de R$ 3, 5 bilhões nos 9 meses do anos, aumento de 14% frente aos R$ 3 bilhões do ano passado.
No segmento residencial, a empresa destaca que a receita de banda larga e de TV paga seguem apresentando sólido crescimento anual de 7,8% e 29,2%, respectivamente. E no segmento de mobilidade pessoal, a receita de dados cresceu 20,5% em relação ao 3T15.
A empresa perdeu clientes em todas as faixas. Na residencial, perdeu 2,5% em relação ao ano passado, passando a contar com 16,1 milhões; na telefonia móvel, 6,3% a menos, com base de 44,1 milhões e no B2B, 7,6%, para 7 milhões de clientes.
Advisor
Schroeder disse ainda que a empresa está prestes a contratar um novo advisor para ajudar no processo de negociação com os credores na recuperação judicial. E completou:” Com isso, serão retomadas as conversas com os bondholders e o processo deve avançar, já que as negociações com outros grupos de credores, como trabalhistas, fornecedores e pequenas empresas, estão bem adiantadas”.