Oi aposta na rede de fibra, mas não se desfaz da móvel. Vai vender R$ 7 bi de ativos
A Oi apresenta hoje, 16, para o mercado, investidores e analistas a sua estratégia de atuação para o fim da Recuperação Judicial, prevista para o final de fevereiro. E a aposta da concessionária é fortalecer a sua maior riqueza – o backbone de fibra, com 363 mil Km – e investimento massivo na FTTH para se tornar a mais forte provedora de rede de transporte e de varejo de dados no país. Anuncia também que irá manter as suas operações de telefonia celular, e se prepara para a 5G. De onde virá o dinheiro? Venda de ativos, que somarão R$ 7 bilhões, e corte de custos de R$ 1 bilhão ao ano a ser alcançado em 2021, além do crescimento da receita.
O foco estratégico da empresa será a sua rede de fibra, quando pretende se fortalecer tanto como provedora de oferta de dados no atacado, como no varejo. Para isso, ela irá manter os investimentos em seu backbone, fortalecendo e modernizando a rede para sustentar a demanda com os serviços de 5G que estão chegando.
Mas a empresa irá também com tudo para a rede de fibra ao usuário final, o FTTH, ou seja, quer ser uma grande fornecedora de banda larga rápida, para reagir àqueles que estão comendo seus mercados pelas bordas, entre eles os ISPs, que cresceram muito em sua região.
Com a aceleração massiva que pretende impor na rede de acesso da banda larga fixa, pretende alcançar 4,6 milhões de home passed (casas com fibra) até o final deste ano e 16 milhões em 2021. Esse aumento de investimentos irá provocar um crescimento de 66% maior das casas cabeadas do que o inicialmente previsto pela operadora.
Esse grande impulso no crescimento da banda larga sobre a fibra se deve ao novo método de engenharia adotado pela Oi, de “rebordagem de uso”, que barateia e torna mais rápida a instalação das redes de fibra.
Móvel
Na telefonia móvel, a Oi avisa que tem planos para a 5G, mas não diz categoricamente que vai disputar o leilão de novas frequências previsto para março pela Anatel.
Em sua estratégia, ela vai fazer o refarming (instalar nova tecnologia) na frequência de 1,8 GHz. Anuncia também que vai apostar nos clientes mais caros, e por isso quer aumentar market share no pós-pago, o que pode ser um alívio para os competidores, porque estava com planos bem agressivos no pré-pago, o que provocou uma queda nos preços nos últimos meses.
De onde vem o dinheiro
Para sustentar esse planejamento, a Oi contará, principalmente, com venda de ativos e resultados operacionais positivos. A empresa espera vender:
Venda em 2019:
*as torres de telecomunicações que ainda não foram vendidas;
* Unitel (operadora de telecomunicações de Angola);
Venda em 2020
*Data Center
* Ativos não estratégicos
Venda em 2021
* Imóveis (aqueles que forem autorizados pela Anatel)
Redução de Custos
Há também uma forte redução de custos, de R$ 1 bilhão em três anos. Os cortes serão feitos em vendas e marketing; processos organizacionais; Tecnologia da Informação (TI), Compras e rede.
Guidance
Até 2024 a Oi prevê crescimento anual de receitas de 2% ao ano (CAGR, ou taxa anual composta de crescimento); Ebitda (caixa) de rotina entre R$ 4,5 e R$ 5 bilhões este ano. E crescimento entre 15% a 20% no Ebitda de 15% a 29% até 2021.