Oi abre no Rio museu interativo que mescla cultura, história e tecnologia
Um boa notícia abriu os braços sobre a Cidade Maravilhosa, dando um suspiro no meio de uma enxurrada de fatos adversos que lá acontecem quase diariamente em várias áreas. Nesta quarta-feira, 22, será aberto ao público um novo espaço conectado com a cultura e o avanço tecnológico sob um toque humanizado. Trata-se do MUSEHUM, o Museu das Comunicações e Humanidades, que conta a história do desenvolvimento tecnológico das comunicações com base no aprimoramento das relações humanas. É a nova versão do Museu das Telecomunicações, após seis meses de reforma.
O novo projeto é mais uma demonstração do empenho da direção, da equipe e dos colaboradores da Oi para a superação da crise que a empresa desde 2016, quando ficou submetida à recuperação judicial. “A gente tem confiança de que a empresa vai sair da crise”, afirmou ao Tele.Síntese a jornalista Suzana Santos, presidente do Oi Futuro, responsável pela nova experiência. Segundo explicou, projetos de alto impacto social desenvolvidos pela operadora contam também com o apoio do conselho da operadora e do atual diretor de Operações, Rodrigo Abreu, que assume a presidência no dia 31 de janeiro.
Com atrações tecnológicas, a previsão é dobrar os 100 mil visitantes recebidos pelo espaço, uma área histórica do início do século XX que já abrigou a estação telefônica Beira-Mar, em 1918, o Museu do Telefone, em 1981, e o Museu das Telecomunicações, em 2007. Pelas contas do gerente executivo de Cultura do Oi Futuro, Roberto Guimarães, o desafio é dobrar o registro de visitantes por ano.
“O Rio precisa de boas notícias. A última boa notícia foi o Museu do Amanhã em 2015”, pontuou. Disse que, em geral, a Oi não revela valor de investimentos, mas, no caso do museu, isso pode ser divulgado por envolver R$ 3 milhões relativos à lei federal de incentivo à cultura por meio do Ministério da Cidadania “Isso mostra que a empresa continua faturando e tendo receita para ter o incentivo”, explicou.
Evolução
O projeto é uma evolução do Museu das Telecomunicações, em atividade há 13 anos, que teve suas instalações totalmente remodeladas em função dessa nova proposta conceitual e identidade. Com entrada gratuita, o espaço é localizado dentro do Centro Cultural Oi Futuro, no bairro do Flamengo, para atrair turistas e moradores de todas as idades.
Depois de seis meses fechado para obras de modernização, o espaço reabre transformado, com experiências personalizadas para cada participante e novas plataformas de conteúdo e interação, utilizando tecnologias como realidade virtual, displays interativos sensíveis ao toque, fotografia digital 3D, monitores de LED de alta definição, celular, game e outros.
Segundo Suzana Santos e a museóloga Bruna Cruz, a proposta é que o visitante se sinta parte do museu, unindo passado e futuro, memória e tendências, para provocar reflexão sobre o impacto das comunicações no desenvolvimento da humanidade. Além disso, o museu traz um projeto expográfico inovador, com acessibilidade para todos os públicos, e uma seleção inédita de peças do acervo, algumas nunca antes expostas.
“Queremos surpreender o visitante, que pode ter experiências inéditas e pode se reconhecer como parte fundamental dessa história que estamos contando, como um acervo dinâmico do museu. Aqui vamos além da interação: o público é um colaborador ativo na construção do museu, porque a comunicação, verdadeiramente, é a troca de afetos, conhecimentos e informações, e as pessoas são as protagonistas desses processos. É o humano que dá sentido à tecnologia”, explica Roberto Guimarães, gerente executivo de Cultura do Oi Futuro.
Acervo
Com um acervo de mais de 130 mil peças, o museu também está ampliando em cerca de 30% o número de objetos em exposição permanente, incluindo alguns nunca vistos pelo público. Entre as curiosidades estão um contador de fichas telefônicas de 1900, uma central telefônica francesa do século 19 e um arquivo rotativo analógico utilizado pelas telefonistas nas primeiras décadas do século 20, uma espécie de tio-avô do banco de dados.
Entretanto, o novo formato do museu possibilita que a curadoria renove a exposição com maior frequência, tanto a seleção de itens de acervo, quanto os conteúdos multimídia disponíveis para interatividade, de forma que, a cada visita, o público terá novidades para descobrir e experimentar.
Para ajudar a desenvolver o projeto do novo museu, o Oi Futuro realizou a pesquisa “Narrativas para o Futuro dos Museus”, lançada nacionalmente em maio de 2019, um estudo de campo inédito com o público brasileiro, para entender por que as pessoas vão ou não vão aos museus. A partir de dados quantitativos e qualitativos, a pesquisa faz um raio-x da percepção do público sobre museus brasileiros e também aponta tendências e desafios para repensar o papel do museu no país e engajar mais visitantes. A íntegra da pesquisa está disponível para download gratuito no site do Oi Futuro.
O resultado aponta que para a maioria dos entrevistados as ferramentas tecnológicas podem melhorar a experiência nos museus e para 50% dos entrevistados museu é lugar para se visitar uma única vez. “É o que chamamos do efeito ‘viu está visto’, em que a pessoa visita a instituição uma vez na vida e não precisa voltar. Queremos proporcionar ao nosso público uma experiência nova a cada visita; como as novas atrações dependem de informações inseridas pela pessoa, cada visita será única”, diz a museóloga Bruna Cruz, que coordenou o estudo. Conclusões como essa, tiradas da pesquisa, também inspiraram que o Oi Futuro criasse o programa HiperMuseus, ainda em 2019, voltado para a formação de profissionais do campo dos museus com foco na transformação digital de instituições culturais brasileiras.
* Jornalista Abnor Gondim viajou a convite da Oi