OCDE e ONU avançam em colaboração para governança global de IA
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciaram em meio à Cúpula do Futuro, em Nova York, no domingo, 22, uma colaboração na área de Inteligência Artificial (IA), com foco em oportunidades de uso e avaliações de riscos associados à tecnologia. A intenção é avançar em uma proposta de governança global da IA.
“As duas organizações aproveitarão as suas respectivas redes, plataformas de convocação e trabalho contínuo sobre política e governança da IA para apoiar os seus Estados-membros e outras partes interessadas nos seus esforços para promover uma abordagem globalmente inclusiva”, diz o comunicado emitido pela OCDE.
O representante da Secretaria Geral da OCDE, Ulrik Vestergaard Knudsen, ressaltou que uma avaliação científica rigorosa deve estar no centro de uma política de governança global da IA. Segundo ele, a parceria vai envolver o Observatório de Políticas de IA da OCDE, além dos Princípios de IA da organização, um conjunto de diretrizes internacionais para a tecnologia, atualizado há alguns meses levando em conta os impactos dos modelos generativos.
“Os nossos esforços conjuntos ajudarão os países a aproveitar todas as oportunidades da IA, ao mesmo tempo em que mitigam e gerem melhor os riscos e as disrupções para promover uma IA centrada no ser humano, segura, protegida e confiável”, afirmou Knudsen.
Na avaliação da ONU, tendo em vista a velocidade de desenvolvimento da IA e a abrangência dos efeitos da tecnologia, é importante que diversos ecossistemas políticos trabalhem de forma mais coesa.
“Estou muito satisfeito com o fato de a OCDE e a ONU unirem os seus esforços para ajudar os governos a melhorar a qualidade e a oportunidade da sua resposta política às oportunidades e aos riscos da IA”, assinalou Amandeep Singh Gill, enviado do secretário-geral da ONU para Tecnologia.
A ONU tem sido pressionada por acadêmicos e reguladores a contribuir na costura de recomendações globais para novas tecnologias, como IA, redes sociais e plataformas digitais. Inclusive, o caso envolvendo os descumprimentos de decisões judiciais do X (antigo Twitter) no Brasil gerou um manifesto internacional contra big techs e pedidos de princípios básicos de regulamentação transnacional.