O que é o “superapp” dos bancos?

O Banco Central prevê para o final de 2024 uma carteira digital do tipo "superapp" que substituiria os apps das instituições financeiras únicos e permitiria maior competição. Mas estudos iniciais indicam que o Open Finance ainda está concentrado nos bancões.


BC quer superapp. Crédito-Freepik

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, anunciou em seminário recente que já vislumbra, para o final de 2024, o lançamento de um “superapp” financeiro, que vai substituir os apps dos atuais bancos digitais e tradicionais.

O que seria esse superapp? Nada mais do que um agregador financeiro. Essa ferramenta teria todas as informações bancárias em um mesmo serviço. Mas para que essa plataforma vingue, é preciso que o Open Finance, que prevê a portabilidade das contas e informações bancárias, esteja mais disseminado entre os correntistas brasileiros.

Com esse superapp, Campos Neto prevê mais vantagens para os clientes, que poderiam ter acesso imediato, por exemplo, às taxas de juros cobradas pelos serviços das diferentes instituições bancárias. Essa plataforma substituiria os apps individuais de cada instituições financeira, que hoje se carrega no celular. Para o executivo, essa carteira oficial digital ampliaria também a competição entre os bancos e as fintechs.

Open Finance

Mas em que estágio do open Finance o Brasil está? O open finance, ou sistema financeiro aberto, segundo definição do Banco Central (BC)  é a possibilidade de clientes de produtos e serviços financeiros permitirem o compartilhamento de suas informações entre diferentes instituições autorizadas pelo BC e a movimentação de suas contas bancárias a partir de diferentes plataformas, e não apenas  pelo aplicativo ou site do banco.

Segundo a Febraban, em fevereiro deste ano,  15  milhões de clientes únicos já teriam dado consentimento para o compartilhamento de seus dados financeiros, o que somaria 22 milhões de consentimentos. Para a Febraban, o Open Finance, no Brasil, poderá ter uma adoção mais rápida do que na própria Inglaterra, que iniciou o modelo.

Estudos acadêmicos, entre eles o de Morgana Tolentino e Bruna Cataldo indicam, no entanto, que por enquanto o movimento do Open Finance ainda está concentrado nos bancos incumbents, não havendo ainda uma participação maior (à exceção do Nubank) das fintechs brasileiras.

Diz o estudo: ” o primeiro movimento de competição relacionado ao Open Finance Brasil ser relacionado ao aumento de competição entre os 5 incumbentes, sem necessário ganho em termos de concentração do mercado e o segmento de banking ser o primeiro a se beneficiar dos resultados positivos do Sistema Financeiro Aberto”.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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