O desafio da cobertura rural é muito maior do que conectar máquinas
Barcelona – O desafio de ampliar a cobertura de telecom para a área rural brasileira, que conta hoje com apenas 15% do território coberto pelas redes terrestres de telecom, passa não apenas por ampliação dessas redes, pela massificação das ofertas da comunicação por satélite ou de financiamento público. Depende também da formação de um grande ecossistema de desenvolvedores e integradores que trabalhem juntos para atender às demandas do campo. ¨O agronegócio registrou um crescimento real de mais de 60% no último ano no Brasil, e esse crescimento poderá ser muito maior¨, afirmou o superintendente de Outorgas da Anatel, Vinicius Caram ao assinalar o potencial para a indústria de tecnologia digital. Para ele, no entanto, o Brasil ainda carece da figura do integrador de soluções rurais que possa atender às pequenas e médias propriedades rurais.
Para Marcio Carvalho, CMO da Claro, o desafio para as operadoras que atuam primeiramente em áreas de grande densidade populacional é construir um ecossistema que seja capaz de entregar valor. Por isso a operadora, que já investiu R$ 60 milhões na iniciativa de conectividade rural, fez alianças com parceiros locais, como a Sol, que faz a integração com os produtores rurais, fabricantes de máquinas agrícolas, como a John Deere, e com empresas de nuvem, como a AWS.
¨O que gera valor para o produtor não é a máquina conectada, mas é ter capacidade de gerar dados, que geram informação que geram inteligência¨, afirmou Carvalho. Por isso, além das parcerias a empresa tem estimulado o surgimento de várias agritechs e assim fortalecer o ecossistema.
Parcerias locais, por sinal, são o que a Huawei mais promove na América Latina, e também com foco na área rural, disse o o vice-presidente de relações públicas da Huawei na América Latina, Atilio Rulli. ¨Temos cerca de dois mil parceiros em toda a América Latina, dos quais mil estão no Brasil¨, completou.
Hoje a empresa anunciou que promoverá a inovação e a aplicação da tecnologia de IA no setor agrícola na América Latina, , em cooperação com a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI) e parceiros locais.
Irrigação mais barata
Segundo Nigel Davy, Managing Director, Innovative Energy Company da Jamaica, o seu país decidiu criar um programa de irrigação mediante a utilização de energias renováveis, principalmente a fotovoltaica, porque o custo da energia que é quase integralmente alimentada por gás natural, é um dos maiores gastos da nação. No ano passado, foram gastos 750 milhões de dólares jamaicanos em eletricidade no país.