“O Brasil é cash society”, diz Elias Silva, da Diebold Nixdorf

Mesmo com a significativa digitalização do sistema financeiro brasileiro, o papel moeda em circulação no Brasil continua a crescer, assinala a empresa.
Elias Rogerio da Silva | Presidente da Diebold Nixdorf no Brasil
Elias Rogerio da Silva | Presidente da Diebold Nixdorf no Brasil

A incontestável força do Pix, que em junho deste ano, segundo o BC, registrou 5,3 bilhões de transações, não retirou de circulação o dinheiro vivo. Ao contrário, aponta Elias Rogério da Silva, presidente da Diebold Nixdorf no Brasil, de 2018 até hoje, a quantidade de moeda (dinheiro físico) em circulação cresceu 27%. E, na avaliação do executivo, essa é uma questão cultural do brasileiro, que é “cash society”.

Ao contrário de China ou Índia, que eliminaram completamente o dinheiro-papel, a cultura do brasileiro é parecida, nesse caso, com a alemã ou estadunidense, que gosta do papel-moeda. Tecnologicamente, aponta o executivo, o Brasil também poderia estar totalmente digital, ou seja 100% da população não tocando mais no dinheiro, mas, ele observa, que os hábitos e costumes e a regulamentação influenciam nesse comportamento. Segundo e executivo, pesquisas apontam que ainda 50% dos trabalhadores brasileiros preferem receber seus salários em espécie.

“É óbvio, mudou o perfil, as transações digitais crescem exponencialmente, mas os canais coexistem e, na maioria das vezes, eles cooperam entre si. E a Diebold Nixdorf, é o elo de ligação entre o mundo do dinheiro digital e o mundo do dinheiro físico”, afirma o executivo

Mas a empresa, líder mundial no segmento de automação bancária, com 33% de share no mercado mundial, atua em qualquer mercado, seja provendo serviços e desenvolvendo tecnologia para as ATMs e bancos, seja para o comércio varejista, segmento que passou a interagir a partir de 2016, com a aquisição da Nixdorf, liderando os mercados europeu e asiático em self-checkout, por exemplo.

Diebold Nixdorf vai completar em agosto 165 anos e, no Brasil, também desenvolve diferentes soluções para as necessidades de segurança próprias para o nosso mercado, como aquelas que acabaram com os assaltos aos caixas eletrônicos de anos atrás, ou as que previnem diferentes tipos de fraudes bancárias. E, salienta ele, aqui, a empresa não tem apenas um escritório comercial, mas  uma unidade completa, com P&D, desenvolvimento de produtos, engenharia, serviços, manufatura, área de vendas, marketing, financeira e jurídica.

“Quando os bandidos começaram a colocar dinamites nos caixas eletrônicos, sabíamos que que teríamos que atacar com mais inteligência e não com força bruta. E começamos com técnicas de entintamento das notas, uma série de sensores sísmicos e
alarmes que disparavam a qualquer iniciativa de ataque na máquina, sistemas de segurança físicos adicionais dentro do cofre para dificultar o êxito do ataque  todo um arcabouço de software e de monitoração para garantir que a qualquer indicador estranho do funcionamento normal da máquina fosse disparado um bilhete para uma central de monitoração, uma central de controle, dizendo: “opa, tem alguma coisa de errado com esta máquina”, lembra Silva. Mas essa foi só uma primeira vertente, pois quando os ataques lógicos começaram, a empresa passou a acoplar em todos os módulos das suas máquinas arcabouço de criptografia fim-a-fim.

A Diebold Nixdorf investe 4 e 6% do faturamento anual em pesquisa e desenvolvimento e segurança é a prioridade no número 1 da empresa, salienta o executivo. “Disponibilidade é a prioridade número 2, pois a máquina tem que estar ali funcionando o tempo todo. E número 3, obviamente, é a conveniência do cliente ou a experiência do cliente quando está interagindo com aquela tecnologia”, completa.

ESG

Uma nova família de produtos, os terminais DN Series 400, é totalmente alinhada aos compromissos ESG, pois utilizam materiais reciclados e recicláveis. Utiliza fontes alternativas de consumo de energia, por exemplo, iluminação das telas com LED, consumindo menos energia e chegam a pesar 30% menos. Tem a  sua construção sobre uma plataforma 100% modular, com a opção de ser montado em acordo com as demandas e características específicas de cada banco, agência ou modelo de utilização. “Reduz
substancialmente a necessidade de visitas técnicas para reparo do equipamento”, explica Silva, reafirmando o compromisso da empresa em estar alinhada às demandas da atualidade.
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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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