Novos modelos de oferta de conteúdo fortalecem o ISP

TV linear, streaming, VoD, TV Fast, e mais de 100 produtos de Valor Adicionado somam-se a novas ofertas B2B2C e novos nichos como agro, educação e diferentes programadores para rentabilizar as redes.

Evento Neo 25 Anos

Novos modelos de oferta de conteúdo audiovisual e de SVA (Serviço de Valor Adicionado) devem ser vistos pelos ISPs (Internet Service Providers) como alternativas para rentabilização de seus negócios e não como ameaças a parcerias consolidadas. Essa foi uma das conclusões do painel sobre o desafio do modelo de negócios de conteúdo, promovido hoje, 09, pela Associação Neo.

Para Marcelo Minicz, diretor de Distribuição da Warner Bros Discovery, o fato de o grupo atuar de distintas formas com canais lineares, VOD (Vídeo On Demand), e streaming, que é a venda direta ao consumidor final, não enfraquece as parcerias firmadas com os provedores regionais. ” Temos parcerias de 20 anos com os associados  NEO. E o fato de oferecermos o conteúdo “direct do consumer” não afasta o nosso foco em parcerias”, afirmou o executivo.

Para Luiz Felipe Yazbek, coordenador de Trade Marketing do Telecine/Premier, o conteúdo audiovisual é o que desperta o interesse do consumidor. Mas, salienta, ” de nada adianta um baita produto se não houver uma distribuição satisfatória”, afirmou.

Novos modelos

A Hispasat, por sua vez, nasceu com o modelo B2B2C, ou seja, o cliente final nunca é da empresa, mas do parceiro. Depois de iniciar o serviço em países da América Latina, ingressou no Brasil pelas parcerias com os operadores regionais. ” Independentemente do perfil, se pequeno, médio ou grande, vamos trabalhar com a marca do provedor e oferta de conteúdo e diferentes serviços, pois precisamos do sucesso deles”, afirmou Cláudio Lessa, gerente de vendas de vídeo latam da Hispasat.

Já para Alan Morais, diretor executivo da Exa, passou o tempo em que o provedor regional buscava o SVA apenas por razões tributárias (o SVA paga alíquota de ISS, menor, do que a alíquota do ICMS sobre os serviços de banda larga). Eles procuram agora um portfólio bem mais amplo de produtos. ” O SVA, além de eficiência tributária, gera receita adicional, fideliza o cliente e traz mais geração de valor”, afirma o executivo.

Filipe Paula dos Santos, diretor Comercial da Youcast, empresa agregadora de conteúdos e soluções, afirma que estão se abrindo novas oportunidades de negócios para os operadores regionais de banda larga. “Há parcerias estratégicas em outros nichos, como agronegócios, educação e outros players de conteúdo”, afirmou. Disse, no entanto, que ainda precisam ser retiradas as barreiras regulatórias e legais do SeAC (Serviço de Acesso Condicionado) para que o provedor deixe de ficar engessado e possa trabalhar livremente com o conteúdo. Ele assinalou que, atualmente, o maior custo para o ISP são as CDNs.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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