Nokia cria fundo de US$ 350 mi para investir em IoT

Para companhia, sucesso da internet das coisas depende da velocidade com que a 5G será implementada no mundo. Empresa anunciou nova solução de rádio para redes móveis, "infinitamente" escalável, menor e capaz de consumir 60% menos energia.
O CEO da Nokia, Rajeev Suri (Foto: Divulgação)
O CEO da Nokia, Rajeev Suri (Foto: Divulgação)

A Nokia anunciou uma série de novos produtos e foco comercial renovado em evento que antecipa o início do MWC 2016, congresso mundial de telefonia móvel. Em apresentação transmitida pela internet neste domingo, 21, o CEO da companhia, Rajeev Suri, destacou a aposta em internet das coisas e na 5G como segmentos prioritários para garantir o crescimento do grupo nos próximos anos.

Segundo ele, a internet das coisas (IoT) é um mercado que dobrou de tamanho em apenas um ano, desde o início do processo de aquisição da Alcatel-Lucente pela Nokia, em meados do ano passado. O executivo anunciou um fundo de investimento dedicado à IoT. O fundo terá US$ 350 milhões e será administrado pelo braço de capital da risco do grupo, o Nokia Growth Partners.

O fundo investirá em empresas que desenvolvam tecnologias de conectividade corporativa, produtos de IoT para o consumidor final, carros conectados, saúde digital, big data e analytics. A expectativa é que o fundo ajude a companhia a encontrar tecnologias emergentes que abram novos territórios para a atuação do grupo.

Outro fronte de atuação será a quinta geração. “Vamos aumentar dramaticamente nossos investimentos em 5G neste ano e libertar o poder de nossa gigantesca máquina de inovação”, exagerou, durante a palestra. Ele disse que a 5G precisa acontecer logo e rápido, uma vez que será o motor da adoção da IoT no mundo. Estimou que hajam implementações comerciais da quinta geração já em 2017.

Alcatel-Lucent
O executivo comentou brevemente a fusão com a Alcatel-Lucent. Disse que o processo está acontecendo sem percalços internos. Disse que o grupo já começou a oferecer a seus clientes produtos do novo portfólio, que integra tecnologias que eram da Alcatel-Lucent e outras que eram na Nokia.

Suri afirmou que, com o novo mix, de uma hora para outra, a Nokia passou a ter acesso a um mercado potencial de € 141 bilhões ao ano. Ressaltou que, ao final de 2015, somadas, as empresa registraram vendas de € 26,6 bilhões, € 4,5 bilhões de CAPEX, 40 mil pesquisadores, e caixa de € 10 bilhões. Anunciou, ainda, a aquisição da Nakina Systems, empresa que desenvolve soluções de segurança em redes definidas por software ou com funções virtualizadas. O valor não foi revelado.

Novo rádio
Para exemplificar esta nova era rumo a inovações para o 5G, a Nokia anunciou o AirScale, seu novo rádio para redes móveis. O produto vai substituir a linha Flexi, usada pelas operadoras para a entrega de redes 2G e 3G. O AirScale é compatível com redes 2G, 3G, TDD-LTE, FDD-LTE, LTE Advanced, LTE Advanced Pro, e será com a 5G, garante a empresa. Se conecta a todas, ao mesmo tempo, garante. Já virtualizada, a tecnologia é baseada em nuvem e compatível com interfaces abertas.

O equipamento pode incluir ainda uma estação radiobase “à prova de futuro”, já apta a lidar com novas frequências a serem liberadas pelos reguladores do espectro nos países. Usa 60% menos energia que os antigos rádios Flexi. Já traz, também, o conceito de computação móvel limítrofe (ou de borda), em que reserva poder computacional pra processamento da nuvem móvel na borda da rede, mais próximo ao usuário, reduzindo a latência. A gestão da nuvem acontece toda em equipamentos de data center com a solução Nokia Airframe.

Uma variante batizada de AirScale WiFi é capaz de agregar redes WiFi às redes móveis arquitetadas com small cells tradicionais, entregando velocidades de acesso de até 1 Gbps. O produto tem como alvo empresas que carecem de espectro licenciado, mas pretendem prestar serviços móveis. Em breve, promete, lançará um rádio que já agrega WiFi e LTE. Os novos produtos da linhas AirScale serão demonstrados durante o MWC, em Barcelona, ao longo da semana.

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Da Redação

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