Nokia amplia lucro no 3º trimestre, apesar de baixa em redes móveis

Com queda de 8% na receita, fabricante finlandesa indica otimismo com os negócios no período final do ano, mas ressalta que mercado de RAN segue desafiador
Apesar de redes móveis em baixa, Nokia amplia lucro no 3º trimestre
Sede da Nokia em Espoo, Finlândia; mercado de redes móveis segue desafiador (crédito: Divulgação/Nokia)

Apesar de registrar uma queda de receita de 8%, a Nokia ampliou o lucro líquido em 32% no terceiro trimestre de 2024, na comparação com o mesmo período do ano passado. Os ganhos chegaram a 175 milhões de euros (aproximadamente R$ 1,07 bilhão), de acordo com balanço financeiro divulgado nesta quinta-feira, 17.

O faturamento total somou 4,32 bilhões de euros (R$ 26,47 bilhões). A terceira queda trimestral de receita seguida foi puxada, novamente, pelo desempenho mais fraco dos negócios na Índia. A divisão de Redes Móveis, cujo declínio foi de 19% (ou 17% em moedas constantes), também contribuiu para a baixa nas vendas.

O CEO da Nokia, Pekka Lundmark, se mostrou otimista com os resultados, dizendo que a empresa está “virando a esquina em muitas áreas do nosso negócio”. Inclusive, no caso das Redes Móveis, destacou que, a despeito de enfrentar uma “dinâmica de mercado mais desafiadora”, a companhia assegurou “vários importantes negócios no trimestre” – no Brasil, a empresa fechou um contrato com a TIM.

Em moedas constantes, as receitas da Nokia caíram 4% na divisão de Serviços de Rede e Nuvem, ao passo que cresceram 1% em Infraestrutura de Rede – as vendas de equipamentos de redes fixas avançaram 9% na comparação anual.

Vias de crescimento

No relatório financeiro, o CEO afirmou que “há motivos para otimismo em todo o nosso portfólio”, apontando que deve ocorrer uma “aceleração significativa” em Infraestrutura de Rede no quarto trimestre. A fabricante finlandesa também aposta em um “excelente impulso em core 5G”, além de serviços de automação de rede, migração para nuvem e habilitação de APIs de rede.

De acordo com Pekka, a empresa seguirá investindo no mercado de redes privativas e na ampliação de sua presença em data centers, como explicado pelo country manager da Nokia Brasil, Rafael Mezzasalma, em entrevista ao Tele.Síntese, no início deste mês.

Adicionalmente, a fabricante planeja levar a tecnologia 5G para o mercado de defesa e espera que a aquisição da Infinera, ainda pendente de aprovação regulatória, reforce a sua participação no segmento de redes ópticas.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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