No Brasil, há excesso de tempo gasto em TI para manter as redes, aponta Cisco
Cancún, México * – Líderes e estrategistas em Tecnologia da Informação (TI) do Brasil apontam que dois terços dos profissionais do setor gastam mais da metade do tempo mantendo o funcionamento dos serviços em vez de criar produtos com valor agregado. Isso acontece porque há certa resistência de pessoal para a adoção de ferramentas de Inteligência Artificial (IA) e de automação, de forma a se dedicar mais a novos projetos.
Os dados são da pesquisa 2020 Global Networking Trends Report, apresentada pela multinacional do setor, a Cisco, durante encontro anual com parceiros da América Latina que acontece nesta semana em Cancún. Para a Cisco,a IA e a automação são também importantes para quebrar o ciclo de manutenção do status quo das redes, deixando as equipes com mais tempo para cuidar de novos projetos.
No Brasil, os principais resultados, segundo dos avaliação dos entrevistados, indicam que 66% dos profissionais de TI (em comparação com 51% da média mundial) gastam de 50 a 99% do tempo mantendo o status quo da rede, sem criar serviços de valor agregado.
A pesquisa aponta que no Brasil as tarefas que consomem mais tempo e recursos hoje são: interação, consultoria, coordenação com outras equipes de TI (36%) e gerenciamento de redes remotas, como filiais e nuvens (34%).
Para Max Tremp, diretor de engenharia da Cisco para América Latina, avançar na utilização de IA é crucial para que seja possível analisar os dados que passam pelas redes e transformá-los em informações importantes para os negócios.
Falhas em coordenação
A ausência ou ineficiência da coordenação de TI é apontada por 71% dos líderes brasileiros de TI (em comparação com 45% da média) como um entrave à evolução das redes. “Relataram ter uma estratégia de transformação digital em prática, mas os projetos não têm coordenação ou, se existir, essa coordenação é apenas para compartilhamento de informações”, consta do trecho da pesquisa sobre o Brasil.
A estruturação dos departamentos de TI também pode ser um entrave para a evolução das redes. Isso porque eles normalmente estão organizados em departamentos que têm domínios separados dos demais, conforme apontado em 27% dos entrevistados em 1’3 países.
A pesquisa apontou que grande prioridade dos líderes de TI e estrategistas de rede é maximizar o valor de negócio e alinhá-la mais às necessidades das empresas: quase 40% dos líderes de TI apontaram essa necessidade como sua maior prioridade, acima de simplificação de operações, otimização da produtividade dos funcionários e minimização de incidentes de segurança.
* Jornalista viajou a convite da Cisco