Brisanet vai explorar o 5G FWA no B2B e onde não tem rede de fibra

Operadora ainda planeja ofertar a tecnologia para clientes de banda larga fixa de concorrentes; solução também será comercializada em combos com telefonia móvel
Brisanet vai ofertar 5G FWA no B2B e em áreas sem cobertura de fibra
Brisanet quer levar o 5G FWA para o B2B e para clientes em áreas sem cobertura de rede fixa (crédito: Divulgação)

Ainda dando os primeiros passos na comercialização do serviço de telefonia celular, a Brisanet já definiu a estratégia de como vai explorar o 5G FWA, tecnologia que usa a quinta geração móvel como meio de acesso de banda larga fixa, sem a necessidade de cabos.

Em conferência sobre os resultados do primeiro trimestre, nesta quinta-feira, 16, o CEO da operadora, José Roberto Nogueira, disse que a empresa planeja ofertar o FWA para empresas, como redundância da rede fixa, e explorar a solução em localidades onde não dispõe de infraestrutura de fibra óptica.

A operadora também pretende direcionar o produto para clientes de internet fixa de concorrentes.

“O nosso foco é buscar o B2B, da pequena à grande empresa que já tem fibra e que tem a vulnerabilidade da ruptura do cabo drop. O FWA chega para fazer redundância em pequenos e grandes negócios”, indicou o executivo.

Até o momento, a empresa tem vendido planos de 5G, tanto o serviço móvel como o FWA, na modalidade porta a porta. A atividade comercial e a geração de receitas devem ser intensificadas a partir de junho, contemplando ofertas por canais digitais e lojas físicas.

Para consumidores, a estratégia prioritária envolve disponibilizar o FWA em áreas em que a Brisanet não tem rede de banda larga fixa. Além disso, Nogueira apontou que a tecnologia pode ajudar a empresa a ganhar novos clientes.

“Na área em que já trabalhamos com banda larga fixa, vamos ter um controle para não canibalizar. Mas, mesmo na área onde temos fibra, vai ter também a oportunidade de vender FWA para o cliente do nosso concorrente, ou seja, para quem anda não é nosso cliente”, explicou.

Operação comercial

De acordo com Nogueira, a partir de junho, a Brisanet planeja chegar a todas as classes sociais com o serviço 5G. As vendas porta a porta se concentrarão em áreas onde vivem famílias das classes C, D e E. Os canais digitais terão ofertas para todos os públicos, mas com foco maior em consumidores das classes A, B e C. Também haverá pontos de vendas em áreas comerciais, além de uma equipe para atender grandes empresas.

Especificamente sobre o FWA, a diretoria da operadora disse que usa um CPE (modem que capta e roteia o sinal de banda larga móvel) “mais barato”, limitado a um plano de 150 Mbps. A estratégia é comercializar a tecnologia em combos com a telefonia móvel.

“Vai começar um processo ativo da Brisanet, ligando para os clientes para fazer combo de chip com banda larga. E, em cidades onde não temos fibra, vamos checar com o combo de FWA como fixo”, resumiu o executivo.

Competição na fibra

Na conferência, Nogueira ainda comentou o cenário atual de concorrência na banda larga. Segundo ele, “muitos pequenos provedores vão quebrar” se continuarem competindo com foco em preços mais baixos. O executivo citou que há concorrentes na região Nordeste com planos de R$ 50 e R$ 29,90 por mês.

“Quem tiver 20 mil, 30 mil assinantes e não levar para o preço justo vai fechar. E por quê? Porque quem está com preço baixo não está investindo na rede”, avaliou, acrescentando que a Brisanet não vai “baixar preço de forma expressiva só para adicionar base de clientes”.

O CEO ainda destacou que o foco da empresa é gerar resultados. “O cliente, a cada dia, quer mais velocidade e um SLA [nível de serviço] mais rápido. Uma internet de R$ 50 é o preço de uma pizza, mesmo no interior”, afirmou.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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