NEC fala em novas aquisições no mercado brasileiro em 2018

A subsidiária brasileira vai continuar a apresentar bons resultados no ano fiscal que se encerra em março de 2017 e já mira novas compras, depois de adquirir a Arcon.
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Masazumi Takata, Presidente e CEO da NEC Latin America

Tokyo – A NEC do Brasil prevê um novo crescimento de receitas para o seu ano fiscal de 2017 – de abril a março– e, depois da bem sucedida aquisição da Arcon, no ano passado, está de olho em novas compras em 2018.

“Aumentar os lucros anualmente não é mais uma opção, mas uma obrigação”, assinala o presidente da corporação brasileira, Daniel Mirabile. O bom desempenho da empresa no Brasil já a posiciona para novas aquisições no próximo ano, afirma o CEO para a América Latina, Masazumi Takata. “Estamos prospectando empresas de três setores”, afirmou.

A NEC consolidou a compra, no ano passado, por R$ 60 milhões, da empresa nacional de cyber security, Arcon. E essa aquisição deverá incorporar em seu balanço pelo menos mais R$ 100 milhões este ano. “Mas vamos crescer, mesmo sem contar com essa compra”, afirma Mirabile, que projeta um faturamento de R$ 430 milhões até março, contra R$ 404 milhões de março passado.

Para o executivo, o principal desafio é aumentar as receitas nos novos segmentos, já que as vendas para as operadoras de telecomunicações continuam a representar 70% do resultado da empresa brasileira. “O desafio é que estamos direcionando mais da metade de nosso esforço de vendas para um novo mercado, ainda inexplorado”, disse o executivo.

A empresa está otimista com suas novas escolhas. Passou por uma forte queda de receitas e de lucros em 2016 (resultado fechado em março de 2017), mas vai fechar este ano em recuperação, apontam as projeções. No ano passado, os lucros da NEC caíram 64%, para 10,51 milhões de yens. As vendas globais caíram 5,7 %, para 2,665 trilhões de yens. Projeta fechar este ano com 2,81 trilhões de yens em receitas.

Segundo Takata, a queda no resultado se deveu principalmente ao fraco desempenho do mercado japonês, o que está motivando a NEC a se globalizar cada vez mais. “Pretendemos ser a empresa número um em segurança (digital e física) em três anos”, promete.

Para isso, o mercado latino-americano – e em especial, o brasileiro- ganha mais importância. Atualmente, mais da metade das receitas da corporação ainda está concentrada em seu país sede. Ao contrário do desempenho global, no qual o faturamento da NEC é praticamente igual entre os três segmentos mais importantes (telecom, governo e utilities, e corporativo), no Brasil quase 70% do faturamento vem das operadoras de telecom.

Para arejar um pouco mais esses resultados, Takata aponta que a empresa pretende fazer uma nova aquisição seja para os segmentos de segurança ou mesmo de varejo.

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Daniel Mirabile, CEO da NEC Brasil

Junto às operadoras de telecomunicações, a empresa sabe que não pode se descuidar. E, conforme Takata, estão quentes as negociações para a instalação da tecnologia SDN da NEC por uma das grandes operadoras de telecom brasileira, anúncio que poderá ser feito no próximo ano.

O CEO da NEC Brasil, Daniel Mirabile acredita que, em 2018, o mercado de telecom vai apresentar números melhores, o que pode trazer mais fôlego para os fabricantes. Embora ele aponte que termina este ano o prazo para as operadoras de celular cumprirem as metas de cobertura dos leilões feitos pela Anatel, está otimista com a promessa de novos investimentos a serem feitos pelas telcos em 2018.

A jornalista viajou a convite da NEC Corporation

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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